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Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

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[Expandir]Colisões

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[Esconder]Cientistas

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As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

 

Leis de Newton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mecânica

 

Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática

[Expandir]Dinâmica

[Expandir]Trabalho e energia mecânica

[Expandir]Sistema de partículas

[Expandir]Colisões

[Expandir]Movimento rotacional

[Expandir]Gravitação

[Esconder]Cientistas

Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu · Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange · Laplace · Newton · Siméon-Denis Poisson

Esta caixa: ver • editar

As leis de Newton são as leis que descrevem o comportamento de corpos em movimento, formuladas por Isaac Newton. Descrevem a relação entre forças agindo sobre um corpo e seu movimento causado pelas forças. Essas leis foram expressas nas mais diferentes formas nos últimos três séculos.[1]

Índice [esconder]

1 História

2 Primeira Lei de Newton

3 Segunda Lei de Newton

3.1 Impulso

3.2 Sistema de partículas e massa variável

4 Terceira Lei de Newton

5 Importância e validade

6 Referências

7 Outros trabalhos e leituras referidos

8 Ver também

[editar]História

 

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos.

Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.

[editar]Primeira Lei de Newton

 

 

 

Em uma pista de boliche infinita e sem atrito a bola não pararia até que uma força contrária ao movimento fosse efetuada.

“ Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. ”

“ Lei I:Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[2] ”

Conhecida como princípio da inércia,[3] a Primeira lei de Newton afirma que a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nulo, logo a velocidade do objeto é constante. Consequentemente:

Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele.

Newton apresentou a primeira lei a fim de estabelecer um referencial para as leis seguintes. A primeira lei postula a existência de pelo menos um referencial, chamado referencial newtoniano ou inercial, relativo ao qual o movimento de uma partícula não submetida a forças é descrito por uma velocidade (vetorial) constante.[4][5]

“ Em todo universo material, o movimento de uma partícula em um sistema de referência preferencial Φ é determinado pela ação de forças as quais foram varridas de todos os tempos quando e somente quando a velocidade da partícula é constante em Φ. O que significa, uma partícula inicialmente em repouso ou em movimento uniforme no sistema de referência preferencial Φ continua nesse estado a não ser que compelido por forças a mudá-lo.[6] ”

As leis de Newton são válidas somente em um referencial inercial. Qualquer sistema de referência que está em movimento uniforme respeitando um sistema inercial também é um sistema referencial,i.e. Invariância de Galileu ou o princípio da relatividade Newtoniana.[7]

A lei da inércia aparentemente foi percebida por diferentes cientistas e filósofos naturais independentemente.[8]

[editar]Segunda Lei de Newton

 

 

 

Ao fazer uma força sobre um objeto, quanto menor a massa, maior será a aceleração obtida. Fazendo a mesma força sobre o caminhão de verdade e o de brinquedo resultará em acelerações visivelmente diferentes.

“ Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. ”

“ Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida.[9] ”

A segunda lei de Newton, também chamada de princípio fundamental da dinâmica,[3] afirma que a força resultante em uma partícula é igual a razão do tempo de mudança do seu momento linear em um sistema de referência inercial:

 

Esta lei conforme acima apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é uma constante, esta grandeza pode ser retirada da derivada, o que resulta na conhecida expressão muito difundida no ensino médio [10][11][12]:

 

onde é a força resultante aplicada, m é a massa (constante) do corpo e é a aceleração do corpo. A força resultante aplicada a um corpo produz uma aceleração a ela diretamente proporcional.

Em casos de sistemas à velocidades constantes e massa variável, a exemplo um fluxo constante de calcário caindo sobre uma esteira transportadora em indústrias de cimento, a velocidade pode ser retirada da derivada e a força horizontal sobre a esteira pode ser determinada como:

.

onde é a velocidade - constante - da esteira e é a taxa temporal de depósito de massa sobre esta.

Em casos mistos onde há variação tanto da massa como da velocidade - a exemplo do lançamento do ônibus espacial, ambos os termos fazem-se necessários.

A segunda lei de Newton em sua forma primeira, , ainda é válida mesmo se os efeitos da relatividade especial forem considerados, contudo no âmbito da relatividade a definição de momento de uma partícula requer alteração, sendo a definição de momento como o produto da massa de repouso pela velocidade válida apenas no âmbito da física clássica.

[editar]Impulso

Um impulso ocorre quando uma força age em um intervalo de tempo Δt, e é dado por:[13][14]

 

Já que força corresponde à derivada do momento no tempo, não é difícil mostrar que:

 

Trata-se do teorema do impulso variação da quantidade de movimento, muito útil na análise de colisões e impactos..[15] [16]

[editar]Sistema de partículas e massa variável

Sistemas de massa variável, como um foguete queimando combustível e ejetando partes, não é um sistema fechado, com massa constante, e não pode ser tratado diretamente pela segunda lei conforme geralmente apresentada nos cursos de ensino médio, .[11]

O raciocínio, dado em An Introduction to Mechanics de Kleppner e Kolenkow, e outros textos atuais, diz que a segunda lei de Newton nesta forma se aplica fundamentalmente a partículas.[12] Na mecânica clássica, partículas tem por definição massa constante. No caso de um sistema de partículas bem definido, contudo ainda com massa constante, mostra-se que esta forma da lei de Newton pode ser estendida ao sistema como um todo, tendo-se então que:

 

onde refere-se à soma das forças externas sobre o sistema, M é a massa total do sistema, e é a aceleração do centro de massa do sistema.

Para um sistema com massa variável puntual ou tratado como tal em vista da definição de centro de massa, a equação geral do movimento é obtida mediante a derivada total encontrada na segunda lei em sua forma primeira: [10]

 

onde é a velocidade instantânea da massa sobre o qual se calcula a força e m(t) corresponde à massa em questão, ambas no instante t em consideração.

Em análise de lançamento de foguetes é comum expressar-se o termo associado à variação de massa não em função da massa e da velocidade do objeto mas sim em função da massa ejetada e da velocidade desta massa ejetada em relação ao centro de massa do objeto (nave) e não em relação ao referencial escolhido. é pois a velocidade relativa da massa ejetada em relação ao veículo que a ejeta. Mediante tais considerações mostra-se que:

 

 

O termo no lado direito, conhecido geralmente como o empuxo , corresponde à força atuando no foguete em um dado instante devido à ejeção da massa dm com velocidade (em relação à nave) devido à ação de seus motores, e o temo à esquerda, , à força total sobre a nave, incluso qualquer força externa que por ventura esteja simultaneamente atuando sobre o projétil - a saber a força de atrito do ar, ou outra. Vê-se pois que, em termos de diferenciais, a força total F sobre a nave é:

 

Para um caso ideal sem atrito tem-se pois que:

 

ou seja, a força a impelir a massa m para frente é devida apenas à ejeção de massa proporcionada pelos seus foguetes para traz (lembre-se que e têm sentidos opostos, contudo é negativo, pois a massa diminui com o tempo).

[editar]Terceira Lei de Newton

 

 

 

Terceira lei de Newton. As forças que os esquiadores fazem no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos e em corpos diferentes

“ Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. ”

“ Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em direções opostas.[9] ”

A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo,[17]. Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários. Como mostrado no esquema ao lado, as forças que os esquiadores fazem um no outro são iguais em magnitude, mas agem em sentidos opostos. Repare que, embora as forças sejam iguais, as acelerações e ambos não o são necessariamente: quanto menor a massa do esquiador maior será sua aceleração.

As duas forças na terceira lei de Newton têm sempre a mesma natureza. A exemplo, se a rua exerce uma força ação para frente no pneu de um carro acelerando em virtude do atrito entre este pneu e o solo, então também é uma força de atrito a força reação que empurra o asfalto para trás.

De forma simples: a força é a expressão física da interação entre dois entes físicos: há sempre um par de forças a agir em um par de objetos, e não há força solitária sem a sua contra-parte. As forças na natureza aparecem sempre aos pares e cada par é conhecido como uma par ação - reação.

Newton usou suas leis para obter a Lei da Conservação do Momento Linear[18] no entanto por uma perspectiva mais profunda, a conservação do momento linear é a ideia mais fundamental (obtida pelo Teorema de Noether da invariância de Galileu), sendo mantida em casos onde a terceira lei de Newton aparentemente falha, por exemplo quando há ondas eletromagnéticas envolvidas ou em alguns tópicos associados à mecânica quântica.

[editar]Importância e validade

 

As leis de Newton foram testadas por experimentos e observações por mais de 200 anos, e elas são se não precisas, pelo menos uma excelente aproximação quando restritas à escalas de dimensão e velocidades encontradas no nosso cotidiano. As leis do movimento, a lei da gravitação universal e as técnicas matemáticas atreladas provêm em um primeiro momento uma boa explicação para quase todos os fenômenos físicos observados no dia-a-dia de uma pessoa normal. Do chute em uma bola à construção de casas e edifícios, do vôo de aviões ao lançamento de satélites, as leis de Newton caem como uma luva.

Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em circunstâncias que ultrapassam os limites de velocidades e dimensões encontradas no dia-a-dia, notavelmente em escalas muito pequenas como a atômica e em altas velocidades como a das partículas carregadas em aceleradores de partículas. Houve a necessidade, pois, de se expandir as fronteiras do conhecimento com teorias mais abrangentes que as da mecânica de Newton.

Na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso. Sob efeitos de campos gravitacionais muito fortes, há a necessidade de usar-se a relatividade geral. Em velocidades comparáveis à velocidade da luz, a segunda lei mantém-se na forma original , o que indica que a força é derivada temporal do momento do objeto, contudo a definição do que vem a ser momento sofre consideráveis alterações.

Em mecânica quântica conceitos como força, momento linear e posição são definidos por operadores lineares que operam no estado quântico. Na mecânica quântica não relativística, ou seja, em velocidades que são muito menores do que a velocidade da luz, as ideias de newton mostram-se ainda tão exatas frente a estes operadores como são para objetos clássicos. Contudo ao considerarem-se velocidades próximas à da luz em dimensões tão diminutas como as aqui consideradas, tal afirmação não pode mais ser feita, e em verdade a teoria associada à "mecânica quântica relativística" ainda não está completamente consolidada, sendo alvo de grandes pesquisas por parte dos físicos atuais.

Referências

 

↑ Para explanações sobre as lei do movimento de Newton do início do século 18, por Lord Kelvin e uma visão do século 21 sobre o assunto, veja:

Newton's "Axioms or Laws of Motion" starting on 19 of volume 1 of the 1729 translation of the "Principia";

Section 242, Newton's laws of motion in Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1; and

Benjamin Crowell (2000), Newtonian Physics.

↑ Isaac Newton, The Principia, A new translation by I.B. Cohen and A. Whitman, University of California press, Berkeley 1999.

↑ a b c Ferraro, Nicolau & Toledo Soares, Paulo. "Física: básica: Volume único - 2ª edição", Editora Saraiva, São Paulo, 2004

↑ NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6

↑ Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805.

↑ Beatty, Millard F.. Principles of engineering mechanics Volume 2 of Principles of Engineering Mechanics: Dynamics-The Analysis of Motion,. [s.l.]: Springer, 2006. ISBN 0387237046

↑ Thornton, Marion. Classical dynamics of particles and systems. 5th ed. [s.l.]: Brooks/Cole, 2004. ISBN 0534408966

↑ Thomas Hobbes escreveu em Leviatã:

Que quando uma coisa permanece quieta, a não ser que algo o agite, ela permanecerá quieta para sempre, é uma verdade que nenhum homem duvida. Mas [a proposição de] que quando uma coisa está em movimento ela estará eternamente em movimento a não ser que alguma coisa o suspenda, mesmo a razão sendo a mesma (a saber que nada pode mudar sozinho), não é tão facilmente aceita.

 

↑ a b Newton's Three Laws of Motion. Página visitada em 2011-01-20.

↑ a b Plastino, Angel R.; Muzzio, Juan C. (1992). "On the use and abuse of Newton's second law for variable mass problems". Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy 53 (3): 227–232. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. DOI:10.1007/BF00052611. ISSN 0923-2958.

↑ a b Halliday. Physics. [s.l.: s.n.]. 199 p. vol. 1.[Emphasis as in the original]

↑ a b Kleppner, Daniel. An Introduction to Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill, 1973. 133–134 p. ISBN 0070350485

↑ Hannah, J, Hillier, M J, Applied Mechanics, p221, Pitman Paperbacks, 1971

↑ Raymond A. Serway, Jerry S. Faughn. College Physics. Pacific Grove CA: Thompson-Brooks/Cole, 2006. ISBN 0534997244

↑ I Bernard Cohen (Peter M. Harman & Alan E. Shapiro, Eds). The investigation of difficult things: essays on Newton and the history of the exact sciences in honour of D.T. Whiteside. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2002. ISBN 052189266X

↑ WJ Stronge. Impact mechanics. Cambridge UK: Cambridge University Press, 2004. ISBN 0521602890

↑ C Hellingman (1992). "Newton’s third law revisited". Phys. Educ. 27: 112–115. DOI:10.1088/0031-9120/27/2/011.

↑ Newton, Principia, Corollary III to the laws of motion

[editar]Outros trabalhos e leituras referidos

 

Crowell, Benjamin, (2000), Newtonian Physics, (2000, Light and Matter), ISBN 0-9704670-1-X, 9780970467010, (inglês) especialmente na Seção 4.2, Newton's First Law, Seção 4.3, Newton's Second Law, e Seção 5.1, Newton's Third Law.

The Feynman Lectures on Physics. 2nd ed. [s.l.]: Pearson/Addison-Wesley, 2005. vol. Vol. 1. ISBN 0805390499 (inglês)

Analytical Mechanics. 6th ed. [s.l.]: Saunders College Publishing, 1999. ISBN 0030223172 (inglês)

Likins, Peter W.. Elements of Engineering Mechanics. [s.l.]: McGraw-Hill Book Company, 1973. ISBN 0070378525 (inglês)

Marion. Classical Dynamics of Particles and Systems. [s.l.]: Harcourt College Publishers, 1995. ISBN 0030973023 (inglês)

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 1, contendo o Livro 1, especialmente na seção Axioms or Laws of Motion início na página 19.

Newton, Isaac, "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", 1729 Tradução para o inglês baseada na terceira edição em latim (1726), volume 2, contendo os Livros 2 & 3.

Thomson, W (Lord Kelvin), and Tait, P G, (1867), Treatise on natural philosophy, volume 1, especialmente na Seção 242, Newton's laws of motion. (inglês)

NMJ Woodhouse. Special relativity. London/Berlin: Springer, 2003. ISBN 1-85233-426-6 (inglês)

Galili, I. & Tseitlin, M. (2003). "Newton's first law: text, translations, interpretations, and physics education.". Science and Education 12 (1): 45–73. DOI:10.1023/A:1022632600805. (inglês)

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Bem o Hack até q Funciona;

Mas é ridiculo,

o Autokill, naum Funfa, na vdd funfa , mais é Semi-Autokill

O one-Hit Funciona mas dah erro na sala e tem q sair do servidor para a quest ficar completa.

Enfim. Não gostei do Hack Gostaria de um Autokill mas vlew =)

 

PAZ

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