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Texto mto engraÃĤado vale a pena ler


akro
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Texto mto engraçado vale a pena ler

 

O Filho Da Puta

 

 

 

Estava sentado no meu escritório quando lembrei de uma chamada

telefônica que tinha que fazer. Encontrei o nÃļmero e disquei.

Atendeu-me um cara mal humorado dizendo:

- Fale!!!

- Bom dia. Poderia falar com AndrÃĩa?

O cara do outro lado resmungou algo que nÃģo entendi e desligou na minha

cara. NÃģo podia acreditar que existia alguÃĩm tÃģo grosso.

Depois disso, procurei na minha agenda o nÃļmero correto da AndrÃĩa e

liguei. O problema era que eu tinha invertido os dois Ãļltimos dígitos do

seu nÃļmero. Depois de falar com a AndrÃĩa, observei o nÃļmero errado ainda

anotado sobre a minha mesa. Decidi ligar de novo. Quando a mesma pessoa

atendeu, falei:

- VocÃĻ Ãĩ um Filho da puta!!!

Desliguei imediatamente e anotei ao lado do nÃļmero a expressÃģo "Filho Da

puta" e deixei o papel sobre a minha agenda. Assim, quando estava

nervoso com alguÃĩm, ou em um mau momento do dia, ligava pra ele, e

quando atendia, lhe dizia "VocÃĻ Ãĩ um Filho da puta" e desligava sem

esperar resposta.

Isto me fazia sentir realmente muito melhor. Ocorre que a Telepar

introduziu o novo serviÃĤo "bina" de identificaÃĤÃģo de chamadas, que me

deixou preocupado e triste porque teria que deixar de ligar para o

"Filho da puta".

EntÃģo, tive uma idÃĩia: disquei o seu nÃļmero de telefone, ouvi a sua voz

dizendo "Alô " e mudei de identidade:

- Boa tarde, estou ligando da área de vendas da Telepar, para saber se o

senhor conhece o nosso serviÃĤo de identificador de chamadas "bina".

- NÃģo estou interessado! - disse ele, e desligou na minha cara.

O cara era mesmo mal-educado. Rapidamente, disquei novamente:

- Alô?

- É por isso que vocÃĻ Ãĩ um Filho da puta!!! - e desliguei.

Aqui vale atÃĩ uma sugestÃģo: se existe algo que realmente está lhe

incomodando, vocÃĻ sempre pode fazer alguma coisa para se sentir melhor:

simplesmente disque 0xx41-7643.6732 ou o nÃļmero de algum outro Filho da

puta que vocÃĻ conheÃĤa, e diga para ele o que ele realmente Ãĩ.

Acontece que eu fui atÃĩ o shopping, no centro da cidade, comprar umas

camisas. Uma senhora estava demorando muito tempo para tirar o carro de

uma vaga no estacionamento. Cheguei a pensar que nunca fosse sair.

Finalmente seu carro comeÃĤou a mover-se e a sair lentamente do seu

espaÃĤo. Dadas às circunstÃĢncias, decidi retroceder meu carro um pouco

para dar à senhora todo o espaÃĤo que fosse necessário: "Grande!" pensei,

"finalmente vai embora".

Imediatamente, apareceu um Vectra preto vindo do outro lado do

estacionamento e entrou de frente na vaga da senhora que eu estava

esperando. Comecei a tocar a buzina e a gritar:

- Ei, amigo. NÃģo pode fazer isso! Eu estava aqui primeiro!

O fulano do Vectra simplesmente desceu do carro, fechou a porta, ativou

o alarme e caminhou no sentido do shopping, ignorando a minha presenÃĤa,

como se nÃģo estivesse ouvindo. Diante da sua atitude, pensei: "esse cara

Ãĩ um grande Filho da puta! Com toda certeza tem uma grande quantidade de

Filhos da puta neste mundo!". Foi aí que percebi que o cara tinha um

aviso de "VENDE-SE" no vidro do Vectra. EntÃģo, anotei o seu nÃļmero

telefônico e procurei outra vaga para estacionar.

Depois de alguns dias, estava sentado no meu escritório e acabara de

desligar o telefone - após ter discado o 0xx41-7643.6732 do meu velho

amigo e dizer "VocÃĻ Ãĩ um Filho da puta" (agora já Ãĩ muito fácil discar

pois tenho o seu nÃļmero na memória do telefone), quando vi o nÃļmero que

havia anotado do cara do Vectra preto e pensei: "Deveria ligar para esse

cara tambÃĩm".

E foi o que fiz. Depois de um par de toques alguÃĩm atendeu:

- Alô.

- Falo com o senhor que está vendendo um Vectra preto?

- Sim, Ãĩ ele.

- Poderia me dizer onde posso ver o carro?

- Sim, eu moro na Rua XV, n° 527. É uma casa amarela e o Vectra está

estacionado na frente.

- Qual e o seu nome?

- Meu nome e Eduardo Cerqueira Marques - diz o cara.

- Qual a hora Ãĩ mais apropriada para encontrar com vocÃĻ, Eduardo?

- Pode me encontrar em casa à noite e nos finais de semana.

- ̮Չۡ o seguinte Eduardo, posso te dizer uma coisa?

- Sim.

- Eduardo, vocÃĻ Ãĩ um grande Filho da puta!!! - e desliguei o telefone.

Depois de desligar, coloquei o nÃļmero do telefone do Eduardo (que

parecia nÃģo ter "bina", pois nÃģo fui importunado depois que falei com

ele) na memória do meu telefone. Agora eu tinha um problema: eram dois

"Filhos da puta" para ligar.

Após algumas ligaÃĤÃĵes ao par de "Filhos da puta" e desligar-lhes, a

coisa nÃģo era tÃģo divertida como antes. Este problema me parecia muito

sÃĩrio e pensei em uma soluÃĤÃģo: em primeiro lugar, liguei para o "Filho

da puta 1". O cara, mal-educado como sempre, atendeu:

- Alô - e entÃģo falei:

- VocÃĻ Ãĩ um Filho da puta - mas desta vez nÃģo desliguei.

O "Filho da puta 1" diz:

- Ainda está aí, desgraÃĤado?

- Siiimmmmmmmm, amorrrrrr!!! - respondi rindo.

- Pare de me ligar, seu filho da mÃģe - disse ele, irritadíssimo.

- NÃģo paro nÃģÃģÃģo, Filho da putinha querido!!!

- Qual Ãĩ o teu nome, lazarento? - berrou ele, descontrolado!

Eu, com voz sÃĩria de quem tambÃĩm está bravo, respondi:

- Meu nome Ãĩ Eduardo Cerqueira Marques, seu Filho da Puta. PorquÃĻ???

- Onde vocÃĻ mora, que eu vou aí te pegar, desgraÃĤado? - gritou ele.

- VocÃĻ acha que eu tenho medo de um Filho da puta? Eu moro na Rua XV,

n°527, em uma casa amarela, e o meu Vectra preto está estacionado na

frente. Seu palhaÃĤo filho da puta. E agora, vai fazer o quÃĻ???? - gritei

eu.

- Eu vou atÃĩ aí agora mesmo, cara. É bom que comece a rezar, porque vocÃĻ

já era. - rosnou ele.

- Uuiii! É mesmo? Que medo me dá, Filho da puta. VocÃĻ Ãĩ um bosta! E eu

estou na porta da minha casa te esperando!!! - e desliguei o telefone na

cara dele.

Imediatamente liguei para o "Filho da puta 2".

- Alô - diz ele.

- Olá, grande Filho da puta!!! - falei.

- Cara, se eu te encontrar vou...

- Vai o quÃĻ? O que vocÃĻ vai fazer??? Seu Filho da puta!

- Vou chutar a sua boca atÃĩ nÃģo ficar nenhum dente, cara!!!

- Acha que eu tenho medo de vocÃĻ, Filho da puta? Vou te dar uma grande

oportunidade de tentar chutar minha boca, pois estou indo para tua casa,

seu Filho da puta!!! E depois de arrebentar sua cara, vou quebrar todos

os vidros desta porcaria de Vectra que vocÃĻ tem. E reze pra eu nÃģo botar

fogo nessa casa amarelinha de bicha. Se for homem, me espera na porta em

5 minutos, seu Filho da puta!!! - e bati o telefone no gancho.

Logo, fiz outra ligaÃĤÃģo, desta vez para a polícia. Usando uma voz

afetada e chorosa, falei que estava na Rua XV, n° 527, e que ia matar o

meu namorado homossexual assim que ele chegasse em casa.

Finalmente peguei o telefone e liguei o programa da CNT "Cadeia" do

Alborguetti, para reportar que ia comeÃĤar uma briga de um marido que ia

voltando mais cedo para casa para pegar o amante da mulher que morava na

Rua XV, n° 527. Depois de fazer isto, peguei o meu carro e fui para Rua

XV, n° 527, para ver o espetáculo.

Foi demais, observar um par de "Filhos da puta" chutando-se na frente de

duas equipes de reportagem, atÃĩ a chegada de 3 viaturas e um helicóptero

da polícia, levando os dois algemados e arrebentados para a delegacia.

 

Moral da história? - NÃģo tem moral nenhuma! Foi de sacanagem mesmo...

E vÃĻ se atende o telefone educadamente, pois posso ser eu ligando para

vocÃĻ por engano...

 

 

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