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Dólar vai acima de R$ 5,40 com cautela global persistente


CyberLady
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Bolsa caiu pela terceira vez na véspera e moeda americana estacionou em R$ 5,38

São Paulo

O dólar avançava logo após a abertura desta quarta-feira (28), operando confortavelmente acima de R$ 5,40, à medida que investidores do mundo inteiro davam sequência a movimento de busca por segurança em meio ao persistente medo de que aumentos de juro muito agressivos nas principais economias levem a uma recessão global.

 

No Brasil, colaborava para a cautela a aproximação das eleições presidenciais de domingo.

 

Às 9h02 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,70%, a R$ 5,4151 na venda.

 

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,64%, a R$ 5,4190.

Notas de cem dólares
Notas de cem dólares - Rick Wilking - 3.nov.2009/Reuters

Nesta terça-feira (27), as negociações no mercado financeiro terminaram mais uma vez demonstrando a preocupação de investidores com o rumo da crise inflacionária mundial.

 

No Brasil, o dólar comercial fechou em leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,3780, depois de ter disparado quase 2,5% na véspera. Na Bolsa de Valores, o índice parâmetro Ibovespa caiu 0,68%, aos 108.376 pontos. É a terceira queda consecutiva do indicador, mas ele ainda acumula alta de 3,4% neste ano.

 

Investidores domésticos chegaram a demonstrar otimismo no início do dia diante de um IPCA-15 (prévia da inflação oficial) de setembro mais baixo do que o esperado e de uma ata da reunião de política monetária do Banco Central que apenas confirmou a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% por um longo período.

 

Turbulências vindas do exterior, porém, pesaram no fechamento do mercado doméstico após autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) reafirmarem a intenção de elevar taxas de juros.

 

Neel Kashkari, presidente do Federal Reserve de Minneapolis, reforçou em

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que "o aperto [alta dos juros] está nos planos" para frear a inflação e reconheceu que há o risco de que o banco central exagere.

 

Economistas e analistas em geral concordam que elevar juros é uma medida importante para conter a inflação, pois o descontrole dos preços tem efeito devastador para a economia. É o risco de exagero, no entanto, que assusta o mercado, pois pode conduzir o mundo a uma recessão.

 

No exterior, a libra esterlina voltou a cair em relação ao dólar, mantendo-se no menor patamar desde 1985. A moeda britânica fechou valendo US$ 1,0687.

 

A libra vem caindo de forma mais acentuada nesta semana devido à repercussão negativa do maior pacote de corte de impostos em 50 anos, anunciado na semana passada. Além de revelar a preocupação do governo com a possibilidade de uma recessão, a medida vai na contramão da política monetária do banco central do país.

 

Na Bolsa de Nova York, o índice referência S&P 500 caiu 0,21% nesta terça. O Dow Jones, indicador que acompanha as ações de 30 das maiores empresas do país, cedeu 0,43% e renovou a pontuação mínima do ano (29.134 pontos).

 

Com uma queda anual acumulada de 19,82% neste ano, o Dow Jones está perto do chamado "bear market", o mercado do urso, em referência ao animal cuja patada derruba o que está pela frente. O termo é usado para definir uma queda anual de 20% ou mais.

 

Quando as ações sobem, o animal de referência é o touro, que arremessa para cima tudo o que ataca. É o "bull market".

 

Este é um momento em que investidores preferem tirar dólares de investimentos mais arriscados, como mercados de ações e aplicações em países emergentes, para buscar proteção nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

 

Além de seguros, o títulos soberanos dos EUA estão ainda mais atraentes diante da perspectiva de continuidade do aumento da taxa de crédito no país. O rendimento médio até o vencimento dos títulos de dez anos, referência para o mercado de juros americano, está perto dos 4% e vem renovando máximas.

 

O movimento torna a moeda americana mais escassa e cara em outras partes do mundo.

 

Na semana passada, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) confirmou a terceira elevação seguida de 0,75 ponto percentual no custo do crédito, sem dar sinais de que a batalha contra a inflação está perto do fim.

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