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Por que os Mafiosos são tratados mais como Celebridades do que como Criminosos desagradáveis?


Hagaro
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Muitas vezes os gangsters são vistos como homens que se importam com suas comunidades e que vivem segundo seu código próprio de honra e de conduta impenetrável pelos caprichos da lei.

 

Premissa

Em 1947, época em que tinha apenas 16 anos, ela viajou com sua irmã e mãe, para visitar um casal de tios na Florida. Um dia depois da chegada, no entanto, Elaine e a tia embarcaram em um outro avião, sozinhas, desta vez. Naquele momento, estava se encaminhando para Cuba, onde sua família tinha negócios e interesses.

 

Slott lembra-se bem daquela noite. Depois que elas aterrissaram, saíram de Havanas e foram em uma jornada de carro de muitas horas, por áreas que pareciam cada vez mais remotas. Já estava muito tarde e escuro quando chegaram a uma casa imponente. Alguns hóspedes, assim como alguns familiares (incluindo sua tia), haviam se reunido para um jantar. O anfitrião, que preparou massa para seus convidados, surgiu da cozinha de avental branco. Ele se apresentou para Elaine como Charlie.

 

Por todo o jantar, Charlie foi encantador. Ele mesmo trouxe e serviu a comida. E depois dos aperitivos, veio a massa, e Elaine se surpreendeu encarando o prato que pensou estar lá para ser compartilhado por todos à mesa. “Eu nunca conseguiria comer tudo isso”, ela declarou. Charlie riu e sugeriu um desafio: ele daria a ela 2 dólares se comesse tudo. Outro candidato subiu a aposta: mais dois dólares para a menina. Elaine não tinha nem um trocadinho e queria comprar suvenires para sua irmã, que tinha ficado na Flórida. Então ela comeu o prato todo. Todo mundo torceu. E ela recebeu seu merecido dinheiro com mérito. No caminho de casa, comprou os suvenires sem pensar duas vezes.

 

Muitas semanas depois, uma foto no jornal chamou sua atenção. Tratava-se se um homem muito familiar. Sobre a foto uma manchete falava de Charles “Lucky” Luciano. Ele tinha sido capturado em Cuba e estava sendo deportado para a Itália. “Mãe, por que você não me disse quem ele é”, reclamou Elaine. “Você não precisa saber de tudo”, sua mãe replicou. Ela não devia ter ficado tão surpresa. O tio que visitou na Flórida era Meyer Lansky. Naquela noite, ele tinha enviado sua esposa e sobrinha para conhecerem seu melhor amigo.

 

Algumas semanas atrás, Slott, uma velhinha delicada de 80 anos, se lembrou com melancolia daqueles dias enquanto come um bife no jantar de estreia de Making of the Mob, docudrama sobre os primeiros anos do crime organizado, quando Lucky, Meyer e Bemjamin “Bugsy” Siegel dominavam os EUA.

 

Ela se lembra de Charlie como um cavalheiro e de seu tio como uma pessoa carismática e carinhosa que cuidava profundamente de sua família. O neto de Meyer Lansky, Meyer Lansky II, um antigo operador do cassino de 58 anos de idade que estava sentado na mesma mesa, disse que ele se sentia do mesmo jeito. Ele se lembra de andar com seu avô na praia em Miami e de ouvir seus conselhos. Seu avô era um homem calmo e gentil – e, Lansky II se apressa em ressaltar que nunca sujou suas mãos com nada.

 

Não é de se espantar que os membros daquela família descrevem de forma idílica seus ancestrais mafiosos. Todo mafioso era também pai, irmão, tio ou avô, e – ao menos teoricamente – sua vilania não se aplicava a esses papéis.

 

Por que tantas outras pessoas se sentem da mesma forma

A principal pergunta é por que tantas outras pessoas se sentem da mesma forma. Nós não glamourizamos todos os crimes violentos; ninguém admira ou considera os serial killeres Sam ou Charles Manson. (É dificil imaginar seus descendentes se reunindo para um jantar comemorativo num restaurante.) Então, por que Al Capone, Lansky, Arnold Rorthstain, Luciano, e gente deste tipo ainda são vistos como figuras místicas ou mesmo como um tipo de herói, não somente por suas famílias, mas também pelo público em geral? Por que os membros da máfia italiana são tratados mais como celebridades do que como criminosos desagradáveis?

 

Parte da resposta é histórica. De acordo com James Finckenauer, um emérito professor na universidade de Rutgers e autor de “A Máfia e o crime organizado: Guia para iniciantes,” a glamourização da máfiacomeçou com a sua proibição. Então veio a Lei Seca, que proibiu o álcool. “Um dos efeitos colaterais foi a consolidação do crime organizado e a criação uma organização internacional real, diferente do que havia sido, em essência, os grupos criminosos pequenos,” Finckenauer disse. Pela proibição ter sido amplamente impopular, o homem que a enfrentava era considerado herói, e não um criminoso. “Esse foi o início da imagem desses homens como sendo pessoas que conseguem interferir nas leis e no governo,” disse o professor.

 

Mesmo quando a proibição foi revista, e os serviços dos traficantes de bebidas não eram mais necessários, a imagem positiva original foi mantida. Livros como “O poderoso chefão” de Mario Puzo passaram a ideia da máfia como sendo homens que se importavam com a felicidade de suas comunidades e que viviam por seu próprio código de honra e conduta.

 

Teoria da conspiração alienígena do crime organizado

As identidades imigrantes dos mafiosos originais também fizeram deles pessoas mais fáceis de admirar. Com as exceções significantes de Meyer Lansky e Arnold Rothstein, os mafiosos originais do alto escalão eram, em sua maioria, italianos. E, mesmo lá pelos anos vinte, italianos e ítalo-americanos foram muitas vezes considerados “o outro” por boa parte do país. Na verdade, muitas pessoas se conectavam com o que os criminologistas chamam de teoria da conspiração alienígena do crime organizado – a ideia, como Finckenauer descreve, de que “italianos do Sul vieram até nós com más intenções e criaram uma empresa criminosa em nossa costa.” (Hoje, Donald Trump sustenta uma teoria similar sobre os imigrantes que veem do sul da fronteira.)

 

Aquela visão dos italianos como “o outro”, combinada com a ideia de que

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excluíam o envolvimento com quem não fizesse parte do seu meio, tornava os gangsters menos ameaçadores. “De um modo geral, as pessoas têm a impressão de que se eles não têm qualquer contato com as coisas que a máfia fazia – sem drogas, sem empréstimos e sem jogos ilegais, os admiradores da máfia não tinham nada a temer”, disse Finckenauer. Porque sua violência parecia dirigida a suas próprias comunidades, e a ninguém mais, tornou-se fácil romantizar a história.

 

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Psicólogia social

Psicólogos sociais já há muito tempo distinguiram os criminosos “agrupados” e os “não-agrupados”. Os “não-agrupados” se apresentam em diferentes formas. Há alguns com quem não sentimos absolutamente nenhuma afinidade; muitas vezes, nós nos separamos deles menosprezando-os. Mas outros grupos são suficientemente parecidos com os “agrupados”, embora a sua identidade permaneça separada da nossa. E é a esta categoria a que a máfia pertence.

 

As pessoas que se consideram “inteiramente americanas” podem ser fascinadas pelos mafiosos italianose até admirá-los, sem se preocuparem com o fato de suas vidas não se assemelharem à vida desses criminosos. Não é coincidência que as outras figuras da máfia glamourizadas nos EUA são os irlandeses: a partir de “Os Infiltrados”, filme que apresentou os irlandeses com semelhanças suficientes para gerar a simpatia, mas diferentes o suficiente para uma falsa sensação de segurança. Por razões de língua, cultura e raça, os membros da máfia chinesa e russa se provaram mais difíceis de serem romantizados.

 

O fenômeno do distanciamento mental

Em última análise, o mito da máfia depende da distância psicológica, conceito cunhado pelo psicólogo da Universidade de Nova Iorque, Yaacov Trope, para descrever o fenômeno do distanciamento mental que acontece quando nos separamos de eventos, pessoas, emoções ou conceitos. Em alguns casos, essa distância vem naturalmente. Como um evento doloroso nos leva para o passado, nossa percepção se suaviza; quando nós nos removemos fisicamente da situação emocionalmente complicada, nossas emoções se acalmam. Em outros casos, nós precisamos deliberadamente cultivar uma distância – para “ganhar perspectiva.” Trope conecta tudo isso ao velho cliché de sentir falta da floresta por causa das árvores: você pode andar por entre as árvores para sempre ou, através de treinamento ou intervenção externa, percebe que você precisa dar um passo para trás para ter uma vista completa.

 

Uma vez atingida, a distância psicológica nos permite romantizar e sentir nostalgia de quase qualquer coisa. A distância promove um filtro, eliminando alguns detalhes e criando empatia com outros. Nós falamos dos belos e velhos dias, mas raramente dos velhos dias ruins. Distância psicológica é, entre outras coisas, um mecanismo de aceitação: protege contra depressão e seus parentes próximos, a ruminação mental, a qual nos impulsiona a ficar por tempo demais remoendo detalhes dolorosos do passado em vez de seguir em frente. Quando, em vez disso, suavizamos os limites do passado, lembrando do evento como se tivesse sido melhor do que foi, nós acabamos esperando conseguir viver uma felicidade igual no futuro.

 

Mas não demanda tempo. Nas condições certas, pode florescer em um momento. A distância psicológica fornecida pelo “outro” emula a distância fornecida pelo tempo. Esse não é um fenômeno exclusivo da máfia. É fácil glamourizar um conflito quando não há um projeto de se engajar nele. É fácil idealizar qualquer pessoa cujo estilo de vida parece ariscado e impulsivo sem se colocar, pessoalmente, em risco algum – espiões e agentes secretos, rebeldes sem causa, os beatniks do “Na estrada”, de Jack Kerouac. Desde que não haja algo fácil de recordar, um lembrete factual que coloque nossos pés no chão bem longe das nuvens do romancismo, nós podemos idealizar à vontade.

 

A vida dos serial killeres oferece aqueles lembretes concretos: eles se esquivam por bairros como o nosso, ameaçando pessoas que poderiam ser nós mesmos. A máfia é mais abstrata: trata-se de uma “organização” vaga e obscura cuja relação ilícita, na verdade, não se colide conosco. Abstração se presta a criar distância psicológica; a especificidade a destrói.

 

Conclusão

Nós concedemos dignidade aos mafiosos porque nós gostamos de contemplar os princípios gerais segundo os quais eles deviam ter vivido:

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, levantando-se contra a autoridade injusta, protegendo a si mesmo. Esses princípios são o que você vê e ouve quando assiste aos anos de ouro de Lansky e Lucianoreproduzidos em “The Making of the Mob”, ou quando acompanha a tomada de Boston por Whitey Bulger em “Aliança do crime”. Do mesmo modo, quando Meyer II e Elaine Slott falam sobre o passado, ouve-se ecos de grandiosidade – de ideais sublimes, de grandes ambições, de princípios importantes que as palavras, frias, nem sempre denotam.

 

Aquele jantar em Cuba é recordado com uma ilustração de amizade e família: Lucky era apenas um homem do bem, arrancado de sua comunidade que amava para que os EUA pudessem fazer um pronunciamento político. Por serem relacionados a ele, os familiares de Lucky Luciano o veem como um homem de princípios, que merece nossa admiração em vez de um criminoso que merece nosso desdém. A distância psicológica nos permite vê-lo deste modo, também. E assim nos tornamos membros da família.

 

fonte

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ótimo texto

tenho um fascínio por esse tipo de conteúdo

inclusive o capo di tutti capi Charles "Lucky" Luciano pra mim foi o mafioso mais interessante que já existiu no mundo (eternizado, não só ele, mas como diversos, em filmes hollywoodianos, diga-se de passagem: os melhores que já vi na indústria)

completando o tópico, o engrandecimento aconteceu/acontece devido à eles serem retratados e vistos por muitos como cidadãos exemplares e bons para um sociedade

tendo em vista a mafia atualmente, códigos de condutas como: homens feitos que são casados não podem frequentar baladas, muito menos trair suas esposas

o que difere bastante dos criminosos atuais, a postura deles sempre foi incontestável

-

filmes sobre o assunto: Império do Crime, Bugsy, a trilogia de O Poderoso Chefão, Casino, Os Bons Companheiros e Era Uma Vez na América.

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ótimo texto

tenho um fascínio por esse tipo de conteúdo

inclusive o capo di tutti capi Charles "Lucky" Luciano pra mim foi o mafioso mais interessante que já existiu no mundo (eternizado, não só ele, mas como diversos, em filmes hollywoodianos, diga-se de passagem: os melhores que já vi na indústria)

completando o tópico, o engrandecimento aconteceu/acontece devido à eles serem retratados e vistos por muitos como cidadãos exemplares e bons para um sociedade

tendo em vista a mafia atualmente, códigos de condutas como: homens feitos que são casados não podem frequentar baladas, muito menos trair suas esposas

o que difere bastante dos criminosos atuais, a postura deles sempre foi incontestável

-

filmes sobre o assunto: Império do Crime, Bugsy, a trilogia de O Poderoso Chefão, Casino, Os Bons Companheiros e Era Uma Vez na América.

 

Também gosto muito desse tipo de conteúdo, esse ano pretendo ler alguns livros, até agora tudo que sei li em matérias na internet ou vi em filmes. Desejo me aprofundar mais, os códigos de conduta dessas máfias tradicionais são muito interessantes.

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Também gosto muito desse tipo de conteúdo, esse ano pretendo ler alguns livros, até agora tudo que sei li em matérias na internet ou vi em filmes. Desejo me aprofundar mais, os códigos de conduta dessas máfias tradicionais são muito interessantes.

têm diversos sites espalhados pela internet, até alguns brasileiros (mas que pegam o conteúdo dos americanos e traduzem erroneamente)

se quiser comece assistindo Os 10 mandamentos da Máfia Ítalo-Americana, tem no youtube é um puta documentário contando com a presença ilustre ex-chefes do crime organizado

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No próprio Brasil temos figuras (geralmente traficantes, mas nem todos) que possuem esse glamour.

Mas é meio diferente, enquanto os traficantes do Huezil são celebridades por serem poderosos e ostentar, os da máfia italiana por exemplo são vistos como homens de nobreza, finos e justos.

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Legal o texto.

 

O mistério e o desconhecimento torna quase sempre qualquer assunto glamourizado. Vide as pessoas que acham legal a temática da psicopatia (Dexter, por exemplo), ou as pessoas que curtem filmes de máfia (não vejo problema nisso, que fique claro). Eu tinha o livro do Mario Puzo, mas nunca cheguei a ler, ganhei de presente e tal, mas sei onde achar, quem quiser só falar.

 

Agora, deixando os italianos de lado, a máfia russa parece ser bem sinistra.

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  • Velha Guarda Ex-Staffer
Mas é meio diferente, enquanto os traficantes do Huezil são celebridades por serem poderosos e ostentar, os da máfia italiana por exemplo são vistos como homens de nobreza, finos e justos.

 

Isso também ocorre aqui.

 

Se tu pegar a favela da Rocinha como exemplo vai notar que os chefões (Dênis, Lulu, Nem) que tiveram vida mais longa como donos do morro eram vistos como homens razoáveis, inteligentes, que evitavam mortes desnecessárias, exerciam a justiça com sabedoria, e não gostavam de se expor. Sob o comando deles a Rocinha tinha índices de homicídio bem abaixo da média nacional. Eram chefões que a população recorria com frequência para resolver problemas do cotidiano. É por isso que essas figuras são tão amadas dentro da favela. Eles agiam sob um código de conduta que permitia uma convivência pacífica entre os moradores comuns e suas atividades criminosas e qualquer um que quebrasse isso era punido. Os demais, que tentaram usurpar o poder na Rocinha por meio da violência e do medo não duraram muito tempo. Durante a guerra da Rocinha em 2004, muitos moradores se colocaram a disposição para lutar a favor do traficante Lulu, pois o traficante rival (Dudu) que estava tentando invadir a Rocinha era um estuprador e eles sabiam que se o Dudu ganhasse a guerra a Rocinha ficaria em desordem.

 

No Comando Vermelho esses atributos eram mais característicos da velha guarda (uma geração antes do Fernandinho Beira-Mar e cia).

 

Existem traficantes brasileiros que possuem esse "perfil" de mafioso, embora com características próprias da nossa cultura.

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Existem traficantes brasileiros que possuem esse "perfil" de mafioso, embora com características próprias da nossa cultura.

 

Concordo.

 

Sobre o tópico, gostei, vale a reflexão e também instruir a pesquisar mais sobre os Mafiosos (coisa que eu não entendo muito porém tenho aquela noção de base).

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Legal o texto.

 

O mistério e o desconhecimento torna quase sempre qualquer assunto glamourizado. Vide as pessoas que acham legal a temática da psicopatia (Dexter, por exemplo), ou as pessoas que curtem filmes de máfia (não vejo problema nisso, que fique claro). Eu tinha o livro do Mario Puzo, mas nunca cheguei a ler, ganhei de presente e tal, mas sei onde achar, quem quiser só falar.

 

Agora, deixando os italianos de lado, a máfia russa parece ser bem sinistra.

 

qual volume dele?

ele é na capa de veludo cor vinho?

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Isso também ocorre aqui.

 

Se tu pegar a favela da Rocinha como exemplo vai notar que os chefões (Dênis, Lulu, Nem) que tiveram vida mais longa como donos do morro eram vistos como homens razoáveis, inteligentes, que evitavam mortes desnecessárias, exerciam a justiça com sabedoria, e não gostavam de se expor. Sob o comando deles a Rocinha tinha índices de homicídio bem abaixo da média nacional. Eram chefões que a população recorria com frequência para resolver problemas do cotidiano. É por isso que essas figuras são tão amadas dentro da favela. Eles agiam sob um código de conduta que permitia uma convivência pacífica entre os moradores comuns e suas atividades criminosas e qualquer um que quebrasse isso era punido. Os demais, que tentaram usurpar o poder na Rocinha por meio da violência e do medo não duraram muito tempo. Durante a guerra da Rocinha em 2004, muitos moradores se colocaram a disposição para lutar a favor do traficante Lulu, pois o traficante rival (Dudu) que estava tentando invadir a Rocinha era um estuprador e eles sabiam que se o Dudu ganhasse a guerra a Rocinha ficaria em desordem.

 

No Comando Vermelho esses atributos eram mais característicos da velha guarda (uma geração antes do Fernandinho Beira-Mar e cia).

 

Existem traficantes brasileiros que possuem esse "perfil" de mafioso, embora com características próprias da nossa cultura.

li sobre

saberia me dizer qual dos dois foi o responsável por mais de 1h de tiroteio até morrer dentro d'uma mansão?

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qual volume dele?

ele é na capa de veludo cor vinho?

Eu tinha uma edição especial, só clicar

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. Eu achei uma cópia digital, mas a capa é outra.

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Isso também ocorre aqui.

 

Se tu pegar a favela da Rocinha como exemplo vai notar que os chefões (Dênis, Lulu, Nem) que tiveram vida mais longa como donos do morro eram vistos como homens razoáveis, inteligentes, que evitavam mortes desnecessárias, exerciam a justiça com sabedoria, e não gostavam de se expor. Sob o comando deles a Rocinha tinha índices de homicídio bem abaixo da média nacional. Eram chefões que a população recorria com frequência para resolver problemas do cotidiano. É por isso que essas figuras são tão amadas dentro da favela. Eles agiam sob um código de conduta que permitia uma convivência pacífica entre os moradores comuns e suas atividades criminosas e qualquer um que quebrasse isso era punido. Os demais, que tentaram usurpar o poder na Rocinha por meio da violência e do medo não duraram muito tempo. Durante a guerra da Rocinha em 2004, muitos moradores se colocaram a disposição para lutar a favor do traficante Lulu, pois o traficante rival (Dudu) que estava tentando invadir a Rocinha era um estuprador e eles sabiam que se o Dudu ganhasse a guerra a Rocinha ficaria em desordem.

 

No Comando Vermelho esses atributos eram mais característicos da velha guarda (uma geração antes do Fernandinho Beira-Mar e cia).

 

Existem traficantes brasileiros que possuem esse "perfil" de mafioso, embora com características próprias da nossa cultura.

Bem interessante, mas nesse caso era um líder, mas falando sobre os recrutas, nas máfias mais tradicionais qualquer membro é visto assim, não apenas os que estão no topo da hierarquia.

Mas realmente, é semelhante até certo ponto.

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Eu tinha uma edição especial, só clicar
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. Eu achei uma cópia digital, mas a capa é outra.

esse mesmo, daí essa versão que vende nas livrarias é de veludo e um pouco vermelho/vinho

tenho ele também, um clássico!

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Legal o texto.

 

O mistério e o desconhecimento torna quase sempre qualquer assunto glamourizado. Vide as pessoas que acham legal a temática da psicopatia (Dexter, por exemplo), ou as pessoas que curtem filmes de máfia (não vejo problema nisso, que fique claro). Eu tinha o livro do Mario Puzo, mas nunca cheguei a ler, ganhei de presente e tal, mas sei onde achar, quem quiser só falar.

 

Agora, deixando os italianos de lado, a máfia russa parece ser bem sinistra.

Sim a máfia Russa é gigante e consegue se manter mesmo no país com uma das polícias mais violentas do mundo.

Russos e Chineses são sinistros.

Eu acho legal o tema da psicopatia também, inclusive esses dias pesquisando entendi melhor, nem todo psicopata comete crimes, e existem várias pessoas com esse transtorno por aí...

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li sobre

saberia me dizer qual dos dois foi o responsável por mais de 1h de tiroteio até morrer dentro d'uma mansão?

 

Depende.

 

Se você estiver falando da Rocinha, a versão da polícia sobre a morte do traficante Lulu é mais ou menos essa, que houve tiroteio (na versão da polícia não chegou a ser de 1 hora) até que ele morreu em sua mansão na parte mais alta da Rocinha. Entretanto essa versão é contestada por testemunhas oculares que relatam que não houve troca de tiros e sim que a polícia entrou na mansão para matar. Na ocasião estavam dentro da casa Lulu e seu amigo de infância. Estavam jogando videogame. A polícia teria entrado para matá-lo, pois dias antes durante a guerra na rocinha um dos bandidos do Lulu matou um policial, que estava assediando sua esposa. Então os policiais resolveram se vingar. A versão da polícia é contestada não só por testemunhas oculares, mas também porque eles mataram o amigo de infância que estava com o Lulu naquele momento, alegando que ele era um grande traficante, porém não passava de um taxista.

 

 

Bem interessante, mas nesse caso era um líder, mas falando sobre os recrutas, nas máfias mais tradicionais qualquer membro é visto assim, não apenas os que estão no topo da hierarquia.

Mas realmente, é semelhante até certo ponto.

 

Sim, por isso as organizações aqui no Brasil não ganham essa alcunha de máfia, pois o perfil é restrito somente a algumas pessoas, sobretudo líderes. Quem tentou dar um passo adiante foi o último chefe da Rocinha, o Nem (preso em 2011). Ele proibiu que qualquer menor de idade entrasse para o tráfico na Rocinha e seu exército pessoal foi treinado por um ex-agente do Bope. Ele restringiu as armas somente para os merecedores (pessoas mais velhas e experientes). Com isso ele acabou criando alguns "soldados" com esse perfil para que quando chegasse o momento de alguém sucedê-lo, a hierarquia e a organização do tráfico continuassem da mesma forma. Mas ainda assim é algo bem restrito.

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  • 2 semanas atrás...

'Um marido exemplar': Os segredos da vida privada de Al Capone, o maior mafioso da história

 

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No hip-hop a admiração por eles é enorme. Antes do movimento "thug" do Pac, o que não saia da boca dos MCs era "gangster". O Wu-Tang, inclusive, fez varias menções ao Al Pacino e a Família Gambino (uma das Cinco Famílias de NY), ao ponto de o homem que vocês podem ver no meu avatar chamar-se Donald Glover (apelidado pelos fãs como The Don), mas usar Childish Gambino como seu nome para projetos musicais. Também há uma música do Nas chamada The Don, o Pac várias vezes refere a si mesmo como Don. Jay-Z é um dos casos mais clássicos de inspiração mafiosa no rap, junto com o BIG, até por serem de NY.

 

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Afinal, se você fosse escolher ser alguém daquela época, quem não escolheria ser um mafioso? Eles possuíam um código de honra, uma ideia de respeito extremamente viva, então você não vê neles os crimes hediondos, você vê estrategistas frios que faziam o que precisa ser feito. Ainda por cima, a vida luxuosa, os ternos... cara, com certeza os criminosos que carregam a melhor imagem.

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PCC – O crime organizado brasileiro

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Como na Itália, o território brasileiro é dividido em unidades geográficas. São os Estados, equivalentes à Regiões italianas. São Paulo, o Estado mais importante e mais rico, convive com um medo permanentemente: a ação do crime organizado, em particular o tráfico de drogas.

Para controlar inúmeros territórios em centenas de cidades os criminosos têm planos ousados. Entre eles matar juízes, policiais e até mesmo um plano para matar o governador Geraldo Alckmin foi arquitetado alguns anos atrás.

 

Vivendo em celas de segurança máxima no interior do Estado de São Paulo, chefões da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) transmitiram, por escrito (bilhetes à moda do “boss” mafioso Bernardo Provenzano e escondidos na vagina de mulheres) ou via celular, um recado bastante claro para a rede em liberdade: para cada criminoso morto pelas forças do Estado de São Paulo, dois policiais deviam morrer; para cada bandido preso por meio de provas forjadas, um policial devia ser morto.

 

É São Paulo vivendo uma vingança Ardeatina, pela qual Hitler, após a explosão em Roma de uma bomba que matou 32 soldados alemães, ditou a seguinte ordem: para cada soldado nazista morto, 10 italianos, membros da resistência civil, deveriam ser mortos. E assim, junto às grutas Ardeatinas, 335 “partigiani” foram executados com tiro na nuca. Em 2012, ano em que a ordem dos chefões do PCC foi lançada 106 policiais que atuam no Estado de São Paulo perderam suas vidas. Coincidentemente, no mesmo dia, 11 de outubro, em que a imprensa italiana noticiava a morte, em Roma, de Erich Priebke, um dos oficiais nazistas responsáveis pelo massacre – fato que abriu uma grande polêmica em relação ao seu funeral, diante da decisão do prefeito de Roma, Ignazio Marino, de impedir o sepultamento nazista na cidade.

 

Através de investigações realizadas pelo Ministério Público conseguiram apurar que a ordem de vingar bandidos mortos ou presos pela polícia foi desencadeada às 23h40 de 13 de agosto de 2012, pelo preso Jonathan da Silva Santana, que repassou a ordem para um de seus comparsas. O trabalho dos promotores também desvendou um esquema de corrupção pelo qual policiais do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) agiam em cumplicidade com o PCC. Somente em São Paulo mais de 30 policiais foram presos no ano passado por tráfico de drogas, extorsão e ligações com o PCC.

 

Fundador do Instituto Brasileiro Giovani Falcone, o juiz aposentado Walter Fanganiello Maierovitch, comentando a repressão da polícia de São Paulo ao PCC, coloca o dedo na ferida: o crime organizado precisa ser abatido na sua raiz, que é justamente o seu coração financeiro, ou seja, o sistema de arrecadação e lavagem de dinheiro. Fanganiello costuma lembrar que na Itália, as operações antimáfia conseguiram aprender, entre 2006 e 2010, oito bilhões de euros da organização mafiosa Cosa Nostra.

 

Em breve falaremos sobre outras facções criminosas existentes no Brasil e suas ramificações.

 

Por: Luigi Fasolo

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