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Rhythm And Poetry


DieGabe
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Olá meus pessoas!

Nesse tópico vou falar um pouco sobre o R.A.P.

Suas origens, sobre como ele é hoje, e seu estado atual no Brasil.

(talvez um pouco mais)

 

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O R.A.P. surgiu na Jamaica na década de 60',

Mais especificamente, na favela de Kingstom.

E na década de 70' migrou para o Estados Unidos da América

Devido a uma crise socioeconômica na ilha.

Se popularizando e consolidando-se como gênero musical da década de 80' em diante

E assim como o Blues,

Pertencia culturalmente aos negros de uma parcela mais oprimida da sociedade

Que sofria com preconceito e falta de representatividade.

 

 

Uma das características mais relevantes do R.A.P. ao longo da história

Foi a grande força dos protestos nas músicas

Lutando contra preconceito, opressão e muitas outras coisas.

Até hoje o gênero aborda esses temas

E muitas vezes de forma bem agressiva.

 

 

Mas agora vamos falar sobre outra característica do R.A.P.

As referências.

O gênero em si já suporta uma quantidade relativamente maior do que outros tipos de música

Por se utilizar de mais palavras,

E é muito comum a citação de outros nomes nas letras,

Como de algum acontecimento histórico, filme, ou personagem de vídeo-game ou HQ.

Por isso deixei ai a música "Rap God" do Eminem, onde isso acontece muito.

Essas referências expandem o conteúdo, levando interpretação para além da mídia,

Além de demonstrar um conhecimento mais plural do artista.

 

 

Outro ótimo exemplo é quando o MC Rincon Sapiência, na música "Ponta de Lança (Verso Livre)" fala:

"Meu verso é livre, ninguém me cancela

Tipo Mandela saindo da cela"

Nesse caso, ele usa a figura de Nelson Mandela,

O maior nome do ativismo contra o Apartheid na África do Sul.

Ele que mesmo depois de preso por 27 anos

Se tornou presidente do país e acabou com o regime segregacionista.

Essa é uma referência que afirma ainda mais a postura do artista,

Que está sempre buscando empoderamento em suas letras

Revivendo suas raízes africanas

E desconstruindo expressões que acabam diminuindo a autoestima do negro,

Como na música do mesmo MC, chamada "A Coisa Tá Preta".

Mas da mesma forma que com a globalização do R.A.P.

O protesto foi perdendo espaço para a ostentação em geral,

Surge um problema também nessa forma de referência,

Principalmente quando falamos de algumas obras

Que precisam de um pouco de interpretação para se entender o real significado.

 

É necessário se cadastrar para acessar o conteúdo.

 

Um exemplo disso é quando o MC Nog do grupo "Costa Gold", na música "Supremo / TKO", fala:

"Nunca tive dom para fazer canção romântica

Sou mais um personagem do Laranja Mecânica"

Até dá pra entender que ele está se comparando com os jovens da obra "Laranja Mecânica"

Preocupados principalmente com drogas, sexo e violência no filme,

Mas isso é um comentário muito raso sobre a obra de Stanley Kubrick.

No filme,

Esses personagens servem como ferramenta para discutir exatamente essa postura que o verso acaba destacando,

Mas indo fundo na psicologia por trás da juventude e da conduta violenta do ser humano,

Tanto do individual quanto do institucionalizado.

A questão social é o motivo de ser da obra,

E se citá-la sem um conteúdo que tem algum paralelo com a crítica que o filme possuí

É algo meio vazio.

 

Iul9FYK.png

 

Outro exemplo interessante de se analisar é o personagem Tony Montana,

Do filme "Scarface".

Ele acabou sendo parte da cultura do R.A.P.

Por ser um exemplo de ascensão de alguém que saiu do nada,

E conquistou um império de dinheiro, drogas e a mulher que desejava,

Sendo citado em muitas e muitas músicas.

Seria um paralelo interessante à formação do sucesso, mesmo que subversivo, da cultura gangsta

Se o próprio filme não reprovasse o personagem o tempo todo.

O ponto é que a profundidade do filme está justamente na superficialidade das reações à esse personagem

Onde o filme aproveita para fazer alguns comentários.

Quando chega de Cuba, Tony odeia Castro e o comunismo,

Mas também odeia o capitalismo quando fica rico,

Ele controla o mercado de drogas, mas perde o próprio controle com elas,

As duas mulheres que ele tenta dominar se provam fortes e questionam sua postura machista,

Sua irmã dizendo que vai transar com quem quiser e sua mulher apontando o quanto ele é ausente.

A direção faz questão de mostrar ele como um derrotado entre suas supostas conquistas,

E a cena que se tornou icônica "Say hello to my little friend!"

É basicamente o último retrato de um homem ambicioso e egoísta que já não tem mais nada

 

 

Agora eu vou falar um pouco sobre o verso do MC Sant, na música "Poetas no Topo",

Eu já fiz outro tópico sobre isso, se você não viu, por favor, veja:

Vamos falar sobre Sant (Poetas no Topo)

Nesse verso ele repete a palavra "m*rda" várias vezes

Assim representando de forma metafórica, irônica e satírica quem figurativamente só fala m*rda na música.

 

E pra terminar,

Se em menos de 1 minuto o Sant conseguiu falar a palavra "m*rda" 17 vezes na música,

Uma reflexão:

CLIQUE AQUI

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Rap no cenário nacional ta cada vez piorando, algumas coisas salvam, bom o projeto da pineapple de evidenciar os novos MC's, já que até pouco tempo atrás, cenário do rap nacional só hávia Racionais e Sabotagem, ambos que já estavam ultrapassados (considerando 2010+, época em que predominou o funk), tem coisas que são meio hipócritas tanto nos MC's quanto naqueles que escutam, até ai tudo bem, normal do ser humano e principalmente do brasileiro (infelizmente), entretanto, me incomoda a pessoa que não presta atenção na mensagem, está mais incomodada com os rótulos, a melhor coisa que Triz fez foi no começo de Elevação Mental dizer que não estava pra representar Rap feminino ou masculino, mas sim o rap nacional. Tenho nojo desses que são preconceituosos com Brazza e adeptos de Raffa Moreira ( que nem MC é), esse povo dos rótulos é o mesmo que ficava dizendo que Costa gold não é rap, bando de isqueirinho, o que o Costa fez em Posfácio, é semelhante ao que as Cyphers da Pineapple estão fazendo, contando a realidade e história dos MC's, não to aqui pra ficar jogando sardinha pro lado de ninguém, to aqui pra dizer que embora o cenário esteja crescendo e aparentemente melhorando, há o lado ruim da coisa também, pessoas que só se importam com as rimas e o beat ao invés do que a música quer transmitir

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Rap no cenário nacional ta cada vez piorando, algumas coisas salvam, bom o projeto da pineapple de evidenciar os novos MC's, já que até pouco tempo atrás, cenário do rap nacional só hávia Racionais e Sabotagem, ambos que já estavam ultrapassados (considerando 2010+, época em que predominou o funk), tem coisas que são meio hipócritas tanto nos MC's quanto naqueles que escutam, até ai tudo bem, normal do ser humano e principalmente do brasileiro (infelizmente), entretanto, me incomoda a pessoa que não presta atenção na mensagem, está mais incomodada com os rótulos, a melhor coisa que Triz fez foi no começo de Elevação Mental dizer que não estava pra representar Rap feminino ou masculino, mas sim o rap nacional. Tenho nojo desses que são preconceituosos com Brazza e adeptos de Raffa Moreira ( que nem MC é), esse povo dos rótulos é o mesmo que ficava dizendo que Costa gold não é rap, bando de isqueirinho, o que o Costa fez em Posfácio, é semelhante ao que as Cyphers da Pineapple estão fazendo, contando a realidade e história dos MC's, não to aqui pra ficar jogando sardinha pro lado de ninguém, to aqui pra dizer que embora o cenário esteja crescendo e aparentemente melhorando, há o lado ruim da coisa também, pessoas que só se importam com as rimas e o beat ao invés do que a música quer transmitir

 

Concordo contigo em boa parte cara, só que eu acho que a parte boa tá crescendo mais do que a parte ruim.

Não vou falar muito sobre a parte que tu comenta sobre o público, porque eu concordo contigo mesmo.

E tu citou Posfácio do Costa, mano... os três primeiros álbuns do Costa são simplesmente maravilhosos. Amo todos e escuto até hoje.

Já quanto a fase pós saída do Adonai (155 em diante), não vou mentir, até curto algumas faixas, mas pra mim é outro grupo.

E é isso cara, eu particularmente até curto algumas dessas merdas, tipo Recaid, que eu acho muito foda.

Mas assim, problema pra mim é nego escutar só m*rda, e quando ouvir um negócio realmente bem feito achar que é m*rda

Outra coisa sobre o público é que ele é formado por muita gente que pensa "se eu curto isso não posso curtir aquilo", e isso é uma idiotice enorme.

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Concordo contigo em boa parte cara, só que eu acho que a parte boa tá crescendo mais do que a parte ruim.

Não vou falar muito sobre a parte que tu comenta sobre o público, porque eu concordo contigo mesmo.

E tu citou Posfácio do Costa, mano... os três primeiros álbuns do Costa são simplesmente maravilhosos. Amo todos e escuto até hoje.

Já quanto a fase pós saída do Adonai (155 em diante), não vou mentir, até curto algumas faixas, mas pra mim é outro grupo.

E é isso cara, eu particularmente até curto algumas dessas merdas, tipo Recaid, que eu acho muito foda.

Mas assim, problema pra mim é nego escutar só m*rda, e quando ouvir um negócio realmente bem feito achar que é m*rda

Outra coisa sobre o público é que ele é formado por muita gente que pensa "se eu curto isso não posso curtir aquilo", e isso é uma idiotice enorme.

Falou tudo, e sobre essa nova fase do costa, temos que ver também que, na época do posfacio os cara era vivencia de rua, os cara não tinha praticamente nada, os cara ali tava dando o sangue para subir e ser reconhecido, depois de 155 veio o auge, e é claro que com isso a vivencia deles mudaram, viveram mais ''balada'' e ''zuação'' sendo assim faz sentido a mudança nas letra alias cada um canta aquilo que vive, não tem como os cara ta no ''ap'' de luxo mais caro de São Paulo e cantar na letra que continua favela, rua, isso aquilo... já na parte do publico ''modinha'' concordo com você, alias é como a frase do baco diz ''Amam mc's e não hip hop''

Cê sabe, nada é pra sempre

Só nos cabe viver intensamente

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Falou tudo, e sobre essa nova fase do costa, temos que ver também que, na época do posfacio os cara era vivencia de rua, os cara não tinha praticamente nada, os cara ali tava dando o sangue para subir e ser reconhecido, depois de 155 veio o auge, e é claro que com isso a vivencia deles mudaram, viveram mais ''balada'' e ''zuação'' sendo assim faz sentido a mudança nas letra alias cada um canta aquilo que vive, não tem como os cara ta no ''ap'' de luxo mais caro de São Paulo e cantar na letra que continua favela, rua, isso aquilo... já na parte do publico ''modinha'' concordo com você, alias é como a frase do baco diz ''Amam mc's e não hip hop''

 

Mas a questão é que em poucas letras antes de 155 o Costa pagou de "rua" ou "bandido",

Eles simplesmente tinham uma letra mais cabeça, e isso era foda.

Afinal, o mlk que ia pra batalha acompanhado da mãe (Predella) sem dúvida não é um criminoso.

A fama mudar o ambiente em volta deles não é desculpa, o problema foi terem deixado essas coisas subirem a cabeça.

Se fama mudasse MC, os Três Temores (Emicida, Rashid e Projota) seriam um lixo hoje.

E eu, particularmente, acho que o Costa ficou mais com essa pegada "bandido" depois de 155.

Antes de 155 eles tinham uma ou outra música nessa pegada, mas a maioria era música sobre o próprio Rap Game ou sobre a vida mesmo.

Um fator óbvio sobre essa mudança foi o excesso de drogas, principalmente cocaína.

Em uma música o Predella diz "largando esse pó que só me atrasou" (SONA.),

Em outra, que foi lançada depois dessa, diz "15 quilo no forro do banco da van ... e a coca no pano." (Supremo),

E agora tá usando a mesma droga, que obviamente é um problema sério, novamente.

Falando um pouco sobre outros MC's, e ainda sobre o Costa,

Tem muito MC que crítica o Costa, mas pelos motivos errados.

Cara, eu acho que é inegável que o Predella tem uma lírica muito foda (quando não tá no efeito do pó),

E que o Nog tem um flow incrível (as vezes ele força demais, mas normalmente ele manda muito),

Eu não entendo porquê não ao invés de falar sobre isso, falar sobre as questões onde o Costa realmente tá pecando?

Que no caso é, obviamente, as drogas.

 

e EMINEM é mais rapper que Shakur.

 

Também acho que o Em é melhor que o Pac, mas cada um tem seu gosto.

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