Gryphon Knight Epic - A mistura de jogo de navinha e RPG que deu certo

['Haaw 145]

 

 

Gradius, Parodius e Otomedius. Se você reconhece esses nomes, certamente é porque curte ou curtiu os famosos “jogos de navinha” (que também são conhecidos como shmups). É verdade que as empresas não estão dando muita bola para o gênero ultimamente, o que provavelmente fez com que ainda mais pessoas ficassem de olho em Gryphon Knight Epic.

 

Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Cyber Rhino, Gryphon Knight Epic narra as aventuras vividas por Sir Oliver. Sua história começa quando ele, com sua armadura reluzente e toda habilidade no manejo da besta, segue em uma missão para salvar uma princesa. E antes que alguém pergunte: não, essa não foi uma jornada estilo lobo solitário.

Sir Oliver segue ao lado de seis amigos com habilidades úteis para eliminar toda e qualquer ameaça que estivesse pelo caminho. Ao final da campanha, eles conseguem derrotar o dragão que guardava não apenas a princesa, mas também um grande tesouro. Enquanto o protagonista foi ao encontro da donzela, os demais correram para colocar as mãos em armas místicas, deixando o cavaleiro apenas com um medalhão – para sua sorte.

 

Alguns anos depois, o protagonista descobre que o artefato que obteve tem o poder de separar as pessoas de seus lados maus, e é ao entrar em contato com sua parte maligna que Sir Oliver toma conhecimento de que a cobiça pode ter custado muito alto a seus amigos. Sim, você terá que salvá-los e, de quebra, acabar com a sua metade diabólica antes que tudo piore.

Besta, grifo, ação!

Como mencionamos mais acima, Gryphon Knight Epic é um shmup. Entretanto, em vez de naves e todo o aparato tecnológico que elas trazem, aqui vemos um cavaleiro armado com sua besta, um grifo que o auxilia a se mover pelo cenário e, evidentemente, diversos inimigos que estarão prontos para derrubá-lo na primeira oportunidade.

 

Porém, não estamos diante de um shmup puro, uma vez que o game também conta com alguns elementos de RPG. Para nossa sorte, Sir Oliver é um personagem que não perde o equilíbrio logo na primeira trombada. Ele conta com uma barra de energia que mede quantas pancadas pode sofrer, além de uma outra que mede o número de uso das armas especiais.

 

“Peraí, armas especiais?”, você pode se perguntar, e a resposta é sim, há equipamentos especiais aqui. Tudo funciona em um esquema parecido com Mega Man, e ao derrotar um chefe você ganha o direito de usar a arma derrubada por ele a qualquer momento (quando isso acontece há até uma animação parecida com a que é vista no game do robô azul). Entretanto, um adicional que poderia ter feito a diferença nesse ponto seria o fato de os chefes possuírem fraquezas a determinadas armas, o que tornaria o game um pouco mais estratégico.

Ainda que o game não traga essa opção em seu pacote, ele ao menos conta com um sistema de upgrades que funciona tanto para as armas quanto para o protagonista. É possível investir o dinheiro ganho ao derrotar os inimigos em melhorias para cada equipamento: a besta de Sir Oliver, por exemplo, pode concentrar o tiro ao receber o primeiro upgrade, enquanto o arco fica com um dos tiros mais potente. Também dá para deixar Sir Oliver mais forte – algo que será crucial para a sua sobrevivência em estágios mais avançados.

Variedade é o que não falta

Se há uma coisa da qual não podemos reclamar em Gryphon Knight Epic é variedade. Cada fase conta com uma ambientação única e diversos inimigos que podem até possuir um padrão de movimentação igual, mas são capazes de atacá-lo de formas variadas e até mesmo causar algum efeito negativo como envenenamento, confusão e outros que certamente vão atrasar o seu progresso.

 

Além disso, há alguns pontos nas fases que podem gerar caminhos alternativos para encontrar itens importantes ou mesmo dinheiro. Somado a isso, também é oferecido um sistema de Escudeiros (um personagem que voa ao redor do personagem e concede bônus como recuperar energia ao eliminar um adversário) e a opção de recorrer a Artefatos que permitem respirar embaixo d’água, passar por áreas com areia ou se mover mais rápido, apenas para citar alguns exemplos.

Caindo do grifo

Como em qualquer outro jogo, Gryphon Knight Epic não está salvo de algumas falhas, sendo que algumas podem atrapalhar a sua experiência de jogo e outras são apenas alguns aborrecimentos com os quais é possível conviver.

 

Começando com o primeiro grupo, podemos mencionar o fato de que, após mudar as configurações dos botões, o jogo começou a agir de forma estranha nos menus. Ao pressionar para baixo, por exemplo, o game simplesmente avançava de duas em duas opções, impedindo de comprar determinados itens. O mesmo valia para as opções de dificuldade: esbarrar sem querer na tecla para cima ou para baixo eliminará a chance de jogar no modo Normal, deixando-o apenas com Fácil e Difícil como possibilidades.

 

Já no outro podemos mencionar o fato de que dar a Sir Oliver a possibilidade de se virar para acertar um inimigo que está nas costas é algo bom, mas ao mesmo tempo ruim. É bacana ter a oportunidade de acertar quem tenta surpreendê-lo, porém cada vez que você faz isso e a tela se move, novos oponentes surgem para causar um pouco mais de dor de cabeça.

 

Além disso, nem todas as armas são realmente úteis durante a jornada, e não serão raras as vezes em que você vai recorrer a apenas uma ou duas nos momentos de aperto, fazendo com que todas as outras fiquem empilhadas no seu inventário.

Vale a pena

No geral, a experiência oferecida por Gryphon Knight Epic é boa, mas longe do “épico” mencionado no título. Certamente quem se divertiu em Gradius e outros títulos do gênero vai conseguir passar algumas horas ao lado de Sir Oliver, mas dificilmente se verá tentado a retornar mais e mais vezes ao mundo habitado pelos personagens criados pela Cyber Rhino.

 

Fonte: Tecmundo.