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O Bhagavad-Gita e o Autocontrole


Oragah
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O Bhagavad-Gita - Introdução

 

O Bhagavad-gita é uma doutrina sobre a verdade universal. Sua mensagem é universal, sublime e não-sectária, embora ele seja uma parte do Hinduísmo. O Gita é muito fácil de ser entendido em qualquer linguagem para uma mente madura. Poucos são os aspectos abstrusos, intercalados aqui e ali, mas estes não possuem influência no problema prático do tema central do livro. O Gita trata da mais sagrada ciência metafísica. Ele transmite o conhecimento do Ser e responde a duas questões universais: Quem sou eu, e como eu posso conduzir uma vida pacífica e feliz neste mundo de dualidades.

 

A mensagem do Bhagavad-gita chegou até a humanidade por causa da má vontade de Arjuna, para cumprir para com o seu dever de guerreiro, uma vez que luta envolve destruição e morte. Toda a vida, humana ou não humana, são sagradas. Este imortal discurso entre o Logos Divino, Vishnu, chamado de Krishna, e que foi primo dos Pandavas e dos e Kauravas, quando esteve na terra em forma de homem, e Seu devoto e primo Arjuna, ocorreu não num templo, numa floresta reclusa, ou no alto de uma montanha, mas num campo de batalha, nas vésperas da guerra. Nesse livro o Senhor Krishna avisa Arjuna para erguer-se e lutar. Isto, provavelmente, pode inicialmente gerar um mal-entendido do princípio do Ahimsa (não violência ou não matar), portanto, uma breve descrição histórica dessa guerra e da raiz dela deve ser dada, para entendermos as palavras de Krishna para Arjuna e para a raça humana.

 

Nos tempos antigos houve um rei com dois filhos, Dhritarashtra e Pandu. O mais velho nasceu cego, portanto, Pandu herdou o reino. Pandu teve cinco filhos. Eles foram chamados de Pandavas. Dhritarashtra teve cem filhos. Eles eram chamados de Kauravas. Duryodhana foi o primogênito dos Kauravas.

 

Após a morte do rei Pandu, os Pandavas tornaram-se os reis de direito. Duryodhana foi uma pessoa muito ciumenta. Ele também queria o reino. O reino foi dividido em duas metades entre os Pandavas e os Kauravas. Duryodhana não ficou satisfeito com a sua parte do reino. Ele, de modo mal sucedido, planejou vários crimes para matar os Pandavas e finalmente ilegalmente apoderou-se do reino inteiro dos Pandavas e recusou-se a devolver mesmo um acre da terra sem a guerra. Toda tentativa de paz foi feita pelo Senhor Krishna (primo de ambos), mas não nada deu certo. E assim a grande guerra do Mahaabharata foi inevitável. Os Pandavas foram os participantes que não queriam a guerra. Eles tiveram apenas duas escolhas: lutar pelo seus direitos conforme a matéria da responsabilidade, ou fugir da guerra e aceitar a derrota em nome da paz e da não violência. Arjuna, um dos cinco irmãos Pandavas, encarou o dilema no meio do campo de batalha para lutar ou fugir da guerra pela segurança da paz.

 

Arjuna tinha que fazer uma escolha entre lutar a guerra e matar seus mais reverenciados gurus, seus mais queridos amigos, parentes próximos, e muitos guerreiros inocentes, ou fugir do campo de batalhas com o objetivo de preservar a paz e a não-violência. Os setecentos versos, inteiros, do Bhagavad-gita tratam de um discurso entre o Senhor Krishna e o confuso Arjuna, no campo de batalhas de Kurukshetra, local próximo a Nova Delhi, na Índia, cerca de 3.100 anos a.n.e. Este discurso foi narrado para o sábio rei Dhritarashtra pelo seu cocheiro Sanjaya, como uma testemunha ocular da guerra. O objetivo principal do Bhagavad-gita é ajudar as pessoas lutando na escuridão da ignorância.

 

Fontes:

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Partes legais sobre o auto controle:

[spoiler=Ler]A Lamentação de Arjuna

 

Arjuna disse: Meu querido Krishna, vendo diante de mim meus amigos e parentes com esse espírito belicoso, sinto os membros do meu corpo tremer e minha boca secar. Todo o meu corpo está tremendo, meus pêlos estão arrepiados, meu arco está escorregando da minha mão e minha pele está ardendo. Já não sou capaz de continuar aqui. Estou esquecendo-me de mim mesmo e minha mente está girando. Parece que tudo traz infortúnio. Não consigo ver qual o bem que decorreria da morte de meus próprios parentes nesta batalha, nem posso eu, meu querido Krishna, desejar alguma vitória, reino ou felicidade subseqüentes. Ó Krishna, que nos adiantam um reino, felicidade ou até mesmo a própria vida quando todos aqueles em razão de quem somos impelidos a desejar tudo isto estão agora enfileirados neste campo de batalha? Ó Madhusudana, quando mestres, pais, filhos, avós, tios maternos, sogros, netos, cunhados e outros parentes estão prontos a abandonar suas vidas e propriedades e colocam-se diante de mim, por que deveria eu querer matá-los, mesmo que, por sua parte, eles sejam capazes de matar-me? Ó mantenedor de todas as entidades vivas, não estou preparado para lutar com eles, nem mesmo em troca dos três mundos, muito menos desta Terra. Que prazer obteremos em matarmos os filhos de Dhritarastra?

 

A resposta de Krishna

 

Krishna disse: Enquanto falas palavras sábias, estás lamentando aquilo com que não precisas te afligir. Os sábios não lamentam nem os vivos nem os mortos. Uma pessoa ponderada não fica confusa com essa mudança. Ó Arjuna, o aparecimento transitório de felicidade e aflição, e seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desaparecimento das estações de inverno e verão. Surgem da percepção sensorial, e é preciso aprender a tolerá-los sem perturbar-se. Quem não se deixa perturbar pela felicidade ou aflição e que permanece estável em ambas as circunstâncias decerto está qualificado para alcançar a libertação.

 

Considerando teu dever específico de guerreiro, deves saber que não há melhor ocupação para ti do que lutar conforme determinam os princípios religiosos; e assim não há necessidade de hesitação. Ó Arjuna, felizes são os guerreiros a quem aparece essa oportunidade de lutar, abrindo-lhes as portas dos planetas celestiais. Se, contudo, se não lutares, na certa incorrerás em pecados por negligenciar teus deveres e assim perderás tua reputação de lutador. As pessoas sempre falarão de tua infâmia, e para alguém respeitável, a desonra é pior do que a morte. Os grandes generais que têm na mais alta estima o teu nome e fama pensarão que deixaste o campo de batalha simplesmente porque estavas com medo, e portanto te considerarão insignificante. Teus inimigos te descreverão com muitas palavras indelicadas e desdenharão tua habilidade. Que poderia ser mais doloroso para ti? Ou serás morto no campo de batalha e alcançarás os planetas celestiais ou conquistarás e gozarás o reino terrestre. Portanto, levanta-te com determinação e luta. Luta pelo simples fato de lutar, sem levar em consideração felicidade ou aflição, perda ou ganho, vitória ou derrota – e adotando este procedimento nunca incorrerás em pecado.

 

Tens o direito de executar teu dever prescrito, mas não podes exigir os frutos da ação. Desempenha teu dever com equilíbrio, ó Arjuna, abandonando todo o apego a sucesso ou fracasso. Essa equanimidade chama-se yoga. Aqueles que só querem gozar o fruto de seu trabalho são mesquinhos. Empenha-te na yoga, que é a arte de todo o trabalho. Grandes sábios ou devotos desapegam-se dos resultados do trabalho no mundo material. Desse modo, eles transcendem ao ciclo de nascimentos e mortes e passam a viver além de todas as misérias. Quando tua inteligência tiver cruzado a densa floresta da ilusão, tornar-te-ás indiferente a tudo o que se ouviu e a tudo o que se há de ouvir. Quando tua mente deixar de perturbar-se pela linguagem florida dos Vedas, e quando se fixar no transe da auto-realização, então terás atingido a consciência divina.

 

Duvidas de Arjuna

 

Arjuna disse: Ó Krishna, quais são os sintomas daquele cuja consciência está absorta nessa transcendência? Como fala, e qual é sua linguagem? Como se senta e como caminha?

 

A resposta de Krishna

 

Krishna disse: Os sentidos são tão fortes e impetuosos, ó Arjuna, que arrebatam à força mesmo a mente de um homem que se esforça por controlá-los. Aquele que restringe os sentidos, mantendo-os sob completo controle, é conhecido como homem de inteligência estável. Enquanto contempla os objetos dos sentidos, a pessoa desenvolve apego a eles, e de tal apego se desenvolve a luxúria, e da luxúria surge a ira. Da ira, surge completa ilusão, e da ilusão, a confusão da memória. Quando a memória está confusa, perde-se a inteligência, e ao perder a inteligência, cai-se de novo no poço material. Mas quem está livre de todo o apego e aversão e é capaz de controlar seus sentidos através dos princípios reguladores com os quais se obtém a liberdade.

 

Como pode haver alguma felicidade sem paz? Assim como um vento forte arrasta um barco na água, mesmo um só dos sentidos errantes em que a mente se detenha pode arrebatar a inteligência de um homem. Portanto, o indivíduo cujos sentidos são restringidos de seus objetos com certeza tem a inteligência estável. Aquilo que é noite para todos os seres é a hora de despertar para o autocontrolado; e a hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo. Só quem não se perturba com o incessante fluxo de desejos – que são como rios que entram no oceano, que está sempre sendo enchido mas nunca se agita – pode alcançar a paz, e não o homem que luta para satisfazer esses desejos.

 

Aquele que abandonou todos os desejos de gozo dos sentidos, que vive livre de desejos, que abandonou todo o sentimento de propriedade e não tem ego falso – só ele pode conseguir a paz verdadeira. Este é o caminho da vida espiritual e piedosa, e o homem que a alcança não se confunde. Fica sabendo que aquilo que se chama renúncia é o mesmo que yoga, pois só pode tornar-se um yogi quem renuncia ao desejo de gozo dos sentidos. Afirma-se que quem é neófito no sistema ióguico recorre as coisas do mundo material; mas quem já está elevado em yoga atua através da cessação de todas as atividades materiais. Diz-se que alguém está elevado em yoga quando, tendo renunciado a todos os desejos materiais, não age em troca de gozo dos sentidos nem se ocupa em atividades fruitivas. Com a ajuda de sua mente, a pessoa deve libertar-se, e não degradar-se. A mente é amiga da alma condicionada, e sua inimiga também. Para aquele que conquistou a mente, a mente é o melhor dos amigos; mas para quem fracassou nesse empreendimento, sua mente continuará sendo seu maior inimigo. Quem conquistou a mente vive com tranquilidade. Para ele, felicidade e tristeza, calor e frio, honra e desonra é tudo o mesmo. Diz-se que alguém está estabelecido em auto-realização e se chama um yogi (desapegado, místico) quando está plenamente satisfeito em virtude do conhecimento e percepção adquiridos. Ele está situado em transcendência e é autocontrolado. Ele vê tudo – seixos, pedras ou ouro – como a mesma coisa.

 

Aquele que é regulado em seus hábitos de comer, dormir, divertir-se e trabalhar pode mitigar todas as dores materiais, praticando o sistema de yoga (renúncia, desapego). Quando o desapegado pela prática do desapego, disciplina suas atividades mentais e se situa na transcendência – desprovido de todos os desejos materiais –, diz-se que está bem estabelecido em yoga. Assim como uma candeia não tremula num lugar sem vento, do mesmo modo, o desapegado, que tem a mente controlada, permanece sempre fixo em sua meditação sobre a essência do Ser. Na etapa de perfeição chamada samadhi, a mente abstém-se por completo das atividades mentais materiais, tudo isso pela prática do desapego. Caracteriza esta perfeição o fato de se poder ver o eu verdadeiro com a mente pura e sentir sabor e regozijo nesse eu. Neste estado jubiloso, o yogi situa-se em felicidade quase ilimitada, percebida através de sentidos transcendentais. Nesse caso, ele jamais se afasta da verdade, e, ao obter isto, vê que não há ganho maior. Situando-se nessa posição, ele nunca se deixa abalar, mesmo em meio às maiores dificuldades. Esta é a verdadeira maneira de alguém livrar-se de todas as misérias surgidas do contato com a corrupção mundana. É necessário ocupar-se na prática do desapego com determinação e fé, e não se desviar do caminho. Devem-se abandonar, sem exceção, todos os desejos materiais nascidos da especulação mental e desse modo controlar com a mente todos os sentidos por todos os lados. Aos poucos, passo a passo, o desapegado deve se situar em um estado de paz por meio da inteligência alimentada de convicção plena, e assim a mente deve fixar-se no eu apenas e não deve pensar em mais nada. Sempre que a mente divague devido à sua natureza instável e inconstante, deve-se com certeza coibi-la e colocá-la sob o controle do eu.

 

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Como você costuma praticar o seu auto controle?

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Orra, pra ser sincero, eu nem li teu textão. Só levei em conta o Tl;Dr no final, a pergunta (obrigado por sinal).

Respondendo a ela, meu autocontrole se baseia em duas coisas: no que prega a minha religião e no fato de eu não esquentar ou não ligar pra absolutamente nada. Não do jeito "pertubado" como a do Moruto, isso ai é coisa de retardado, nem ele é assim (ele é poser). Mas numa maneira semelhante ao otimismo. É complicado de explicar..

"Well over there there's friends of mine

What can I say? I've known 'em for a long, long time

And they might overstep the line, but I just cannot get angry in the same way.."

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