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Zenão quântico


Caffrey?
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O efeito Zenão quântico ocorre quando a observação de um sistema impede que ele mude de estado, ao passo que se ninguém estivesse observando, ele mudaria de estado.

 

"Alguns filósofos, como o argentino Mario Bunge, atacaram a veracidade do efeito, pois não admitiriam que uma mera observação pudesse mudar a realidade. Porém, ele acabou sendo comprovado experimentalmente em 1990, por Itano e seus colaboradores. O ponto a ser ressaltado é que uma “observação” não é uma mera contemplação apolínea, distante, mas que ela envolve um forte distúrbio no átomo sendo observado" É como se estivéssemos esquentando água em uma panela. Se deixarmos a panela tampada, sem observar a água, ela ferve depois de cinco minutos (com gás encanado, dez minutos). Mas se a cada dez segundos levantarmos rapidamente a tampa para observar se ela já ferveu, demora um tempo muito maior para ferver. O que ocorre é que nossa observação interfere no sistema, e altera sua evolução.

É isso que acontece no efeito Zenão quântico. Um exemplo seria um núcleo radioativo. Se após uma hora medíssemos quantos átomos decaíram em uma amostra, suponha que 50% deles o tenham feito. Porém, se medíssemos a cada minuto, no final (após uma hora) menos de 1% teria decaído! E no limite, se observássemos continuamente o núcleo radioativo, ele nunca decairia!

 

O efeito já tinha sido previsto por alguns físicos na década de 1960, mas foi com o trabalho de Misra & Sudarshan, em 1976, que o efeito passou a ser discutido, e seu nome foi dado.

 

Zenão foi o filósofo grego que lançou vários paradoxos para mostrar que, racionalmente, o movimento não pode ser compreendido. Por exemplo, o corredor Aquiles nunca poderia atingir a linha de chegada, pois haveria infinitos pontos para ele passar antes de chegar. Outro nome dado ao efeito Zenão quântico é “efeito da panela observada”.

 

Observar, de fato, muda realidade

 

Alguns filósofos, como o argentino Mario Bunge, atacaram a veracidade do efeito, pois não admitiriam que uma mera observação pudesse mudar a realidade. Porém, ele acabou sendo comprovado experimentalmente em 1990, por Itano e seus colaboradores. O ponto a ser ressaltado é que uma “observação” não é uma mera contemplação apolínea, distante, mas que ela envolve um forte distúrbio no átomo sendo observado. Nesse sentido, as dúvidas de Bunge puderam se dissipar, pois o experimento não desafia a sua postura filosófica “objetivista”.

 

A chave para entender o efeito Zenão quântico é lembrar que a cada observação ou medição ocorre um colapso da onda quântica. Os sistemas em questão envolvem uma lenta transição de um estado para outro. Ao observar constantemente um tal sistema, provocam-se colapsos constantes para o estado inicial, e ele nunca completa a transição para o outro estado.

 

Fonte:

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