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entrevista “o conforto é o seu inimigo”


Marcelo Tau
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DRAUZIO VARELLA

“O CONFORTO É O SEU INIMIGO”

drauzio-01.jpg Drauzio Varella, aos 69 anos, é hoje o médico mais conhecido do Brasil. É também escritor best-seller, com Estação Carandiru. Não bastasse, foi um dos fundadores do cursinho Objetivo, um dos pioneiros no combate à aids no Brasil e por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer, em São Paulo. Nesta entrevista, o cancerologista fala sobre o estresse permanente no ambiente corporativo, os avanços da medicina, o trabalho voluntário nas prisões e seu próximo livro.

O brasileiro está cuidando bem da saúde? Não. Cuidar bem da saúde quando você fica doente não é cuidar da sua saúde. Nós temos uma visão da saúde como obrigação dos outros. O cara engorda 30 quilos, bebe, fuma e, quando passa mal, acha que os médicos precisam resolver.

 

Quais são hoje os piores problemas dos brasileiros? A obesidade e o sedentarismo. Atualmente, 48% da população adulta está acima do peso. Qual o resultado? Metade dos brasileiros aos 50 anos é hipertensa. Aos 70 anos, são 70%. É gente dependendo da saúde pública para tratar de pressão arterial e dos problemas que ela gera: ataque cardíaco, insuficiência renal, derrame, diabete e cegueira. Não há sistema de saúde que aguente.

drauzio-03.jpg

 

Quais os prejuízos à saúde quando se trabalha demais? A maioria das pessoas que trabalha muito vive em estresse permanente. Falta tempo para descontrair e para fazer exercício. E a vida sedentária é uma tragédia. Um cara que trabalha 15 horas mal tem tempo de chegar ao trabalho e voltar para casa. Tem gente que me pergunta: como eu faço para fazer exercício? Problema seu. Se você não consegue tirar 30 minutos por dia para fazer exercício, está vivendo errado.

 

Como os executivos podem cuidar da saúde? Tem de achar um jeito de fazer exercício. Subir a escada, pelo menos. Qualquer escritório tem uma escada. Parar o carro longe, para andar um pouco mais. Lutar contra a preguiça. Você considera que o esforço físico é uma desvantagem, mas é o conforto que é o seu inimigo. Ao contrário de outras máquinas, o corpo humano não se desgasta com o exercício físico, ele se aprimora. A circulação fica mais eficiente, oxigena melhor os tecidos, o coração, o cérebro. Ajuda a ter uma função cognitiva mais completa. O segundo conselho é não comer tudo o que lhe oferecem.

 

Como aliviar o estresse? Fazer meditação e ioga pode ajudar alguns. Para quem não quer isso, a única alternativa é exercício. O estresse é um mecanismo sem o qual nós não estaríamos conversando agora. Se você dá de cara com um animal no meio da floresta, reage por causa do estresse. O problema do estresse moderno é que você não encontra um animal na floresta. O estresse é permanente. Ao fazer exercício, você libera diversas substâncias que dão a sensação de paz e tranquilidade que falta no mundo moderno.

 

O trabalho pode se tornar um vício? Ele pode se tornar uma compulsão. Acontece muito. Você vê gente para quem a vida só tem sentido no trabalho. Tem aqueles que têm compulsão por compras, por jogo, pela internet. As compulsões têm mecanismos muito semelhantes, que são mecanismos de recompensa, em que você aposta e tem a recompensa imediata. É isso que causa dependência.

 

Isso pode ser tratado com remédio? A medicina não sabe como tratar compulsões. Não sabe tratar usuário de droga, nem alcoólatra. Quem mais cura alcoólatra no Brasil? Os Alcoólicos Anônimos. Se um grupo de autoajuda cura mais do que a medicina, é porque a medicina está mal.

drauzio-02.jpg

Que grandes avanços da medicina veremos no futuro? O que teremos serão tratamentos muito mais específicos. Não tem cabimento fazer quimioterapia que funciona só em 40% dos casos. Teremos medicamentos adaptados ao organismo dos pacientes e especialmente ao mecanismo que está na origem da doença. Será possível tratar com o mesmo remédio enfermidades muito diferentes, como câncer, artrite reumatoide e lúpus, porque o mecanismo a ser atacado é o mesmo.

 

O senhor faz trabalho voluntário em prisões há 23 anos. Como isso começou? Foi no Carandiru, quando fui fazer um filme sobre aids, em 1989. Quando entrei lá fiquei muito interessado por aquele ambiente. Testamos os presos e verificamos que 17,3% estavam infectados pelo HIV, principalmente porque usavam cocaína injetável. Eu me interessei por fazer um trabalho educativo com eles, me envolvi, acabei atendendo doentes e fui ficando. Quando o Carandiru fechou, passei para outras penitenciárias.

 

O senhor já publicou o best-seller Estação Carandiru, acaba de lançar o livro Carcereiros e está escrevendo mais um. Ele vai se chamar As Prisioneiras. Quero mostrar como funciona uma cadeia de mulheres. Quando uma mulher é presa, o marido larga, o namorado esquece e a mãe desaparece. Se a mãe tem um filho e uma filha presos, ela vai visitar o filho, mas não a filha.

 

O senhor foi um dos fundadores do Objetivo... Eu cursava a faculdade de medicina da USP e dava aula num cursinho. Naquela época, os cursinhos terminavam em dezembro e só voltavam em fevereiro. Eu e o Di Genio [João Carlos, atual dono do Objetivo], que também estudava na USP e dava aulas, tivemos a ideia de fazer um cursinho de férias. Eu dei o nome de Objetivo, porque era para o curso ser objetivo. No dia em que abrimos as inscrições, cheguei às 8h e tinha uma fila de umas 400 pessoas. Nós tínhamos só duas salas para 50 alunos. Eu liguei para o Di Genio e perguntei: ‘somos só dois, como vamos dar aula para tantos?’. Ele me disse: ‘matricula todo mundo e depois damos um jeito’. Daí você vê a cabeça do empresário. Foi assim que começou o Objetivo. Continuei dando aula lá por 16 anos, mas fiz bem em sair. Não teria dado certo, eu teria me frustrado. Nunca pensei em fazer outra coisa além da medicina.

drauzio-05.jpg

 

VOCÊ PODE QUESTIONAR, OPINAR, REFLETIR E COMENTAR COMO QUISER A RESPEITO DA ENTREVISTA.

QUE TAL VOCÊ PEGAR UMA QUESTÃO ACIMA E USAR COMO DEBATE?

 

 

E assim foi a entrevista de Drazio para Época. Agradecimentos á:

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Uma dica: Escreva textos menores e sem dados, estatísticas. Se possível, vá direto ao ponto. Percebe-se que membros evitam tópicos como este, seu.

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Vou opinar sobre o título, que foi o mais interessante.

 

O conforto é o refúgio de muitos, muitos que não buscam crescimento. Sair da zona de conforto requer um sacrifício, este, qual, os fracos não estão dispostos a enfrentar.

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Uma dica: Escreva textos menores e sem dados, estatísticas. Se possível, vá direto ao ponto. Percebe-se que membros evitam tópicos como este, seu.

Acho que não existe melhor resposta como essa aqui abaixo.

O conforto é o refúgio de muitos, muitos que não buscam crescimento. Sair da zona de conforto requer um sacrifício, este, qual, os fracos não estão dispostos a enfrentar.

 

 

Perceber que os membros não gostam de ler, é um fato verídico aqui. Agora se sentir obrigado a ser igual a maioria, não é o meu objetivo. Me considero uma pessoa erudita e pratico muito bem o meu lado cônscio de ser. (O dicionário pode ser seu amigo.)

E eu posso me considerar uma pessoa inteligente, intelectual, conhecedora se eu não gosto de ler e saber sobre dados, estatísticas, ou muito menos o significados de algumas palavras? (Acho que não.)

Então cara, isso faz parte de mim, mas eu sei muito bem que sendo assim posso ser contrário a uma grande maioria que vão passar pelo meu caminho com conceitos básicos, supérfluos, desprovidos de conhecimento, alienados, adestrados e outras palavras que possa definir uma pessoa com um grande desinteresse em aprender, conhecer, saber e pensar. (Não estou julgando você de fato, e sim pessoas que são assim.)

"DANÇE CONFORME A MÚSICA." Essa frase reflete bem o que eu quero dizer. Porque se você é uma pessoa simples e gosta de ir direto ao ponto, não busca conhecer ou saber ou tem preguiça para ler. Eu te aconselho que leia o necessário, como o título do tópico acima. Porque para você não interessa saber, não precisa né, pra que e a verdade é que o interessante é existir, e não ser. :D

Desculpa ser assim, deve encomodar, mas o contrário também existe. Me encomodo de ver uma certa deficiência no ser humano em querer ser burro por falta de vontade. Me encomoda uma sociedade que se julga viva, mas não sabe o porque de existir, essas coisas me encomoda, por isso eu estudo e sei que nem todos pensem como eu. Sorry, mas vivo em mundo que eu não posso ser o que contrário do que sou.

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É...

 

Eu te aconselho que leia o necessário, como o título do tópico acima. Porque para você não interessa saber, não precisa né, pra que e a verdade é que o interessante é existir, e não ser. (?)

 

Fui o único a comentar; tentei lhe ajudar para que seu tópico tivesse mais acessos e opiniões. É assim mesmo.

 

Desisto, Tau.

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Não sei se reparou, mas eu falo o que penso. Agora se você vai levar para o pessoal, ai é outra questão.

Mas carinha, eu cago para as pessoas aqui, sinceramente eu vejo isso aqui com um meio de me expressar as minhas opiniões, desestressar o intelecto acomulado, e o que isso me retorna é o mais abstrato e supérfluo possível.

Mas porque gasta tanto tempo participando do fórum? Imagine que você queira fazer Sequiso e o meio mais fácil para isso acontecer, é comer uma profissional do sequiso por R$ 100,00 reais. (Agora converte isso para minha necessidade de me expressar.)

A lógica é a mesma, faço o que não é o mais correto a se fazer e vem dando certo. Na verdade é o que temos no momento.

Estamos em um mundo virtual com pessoas reais, e por mais paradoxo que a coisa é, eu sei que não posso esperar muito desse mundo, e muito menos das pessoas que nele estão. (Não se me entende.)

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