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ISON, o chabu do século?


'Gabriel
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Primeiro leia o tópico que eu postei no começo do ano.

 

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Em setembro de 2012 dois astrônomos russos descobriram um cometa que acabou batizado de C/2012 S1 ISON (apenas ISON, para os íntimos). Após sua órbita ser calculada, ficou bem claro que o ISON passaria muito perto do Sol, na verdade, a uma distância de 1,3 raios solares do seu centro. A esta distância o cometa passará pela atmosfera solar, uma região rarefeita mas muito quente do Sol chamada coroa solar.

 

Além disso, o cometa mostrou uma curva de brilho bem peculiar. A uma distância muito grande, além da órbita de Júpiter, ele já estava muito brilhante. Se essa curva de brilho se mantivesse, a expectativa era de que o ISON se tornasse tão brilhante quanto a Lua Cheia quando passasse perto da Terra no final do ano. Com uma expectativa dessas, o ISON logo ganhou o apelido de “cometa do século”.

 

Mas…

 

Nesta semana o especialista em cometas Ignacio Ferrín da Universidade de Atioquia (Colômbia) publicou um estudo não muito auspicioso para quem está esperando um show cósmico no final deste ano.

 

Usando as últimas observações disponíveis, que datam aí de um, um mês e meio atrás, Ferrín mostra que o comportamento do ISON está bem peculiar. Ao se aproximar do Sol, o brilho do cometa vinha aumentando, como era de se esperar. Entretanto, mais ou menos pelo meio de janeiro, sua curva de brilho mostrou o que foi chamado de “evento de desaceleração”, ou seja, desde então o brilho do cometa ficou constante. Durante 132 dias depois deste evento, mesmo chegando cada vez mais perto do Sol, o brilho do cometa permaneceu o mesmo. Este fato foi observado até mais ou menos junho, quando o cometa se posicionou na linha de visada do Sol. Por causa das posições relativas entre o Sol, a Terra e o ISON, ele está muito próximo do Sol no céu, o que impede novas observações e, por consequente, a confirmação desta tendência. Atualmente o ISON está a uma distância de 390 milhões de km do Sol e 540 milhões de km da Terra.

 

Uma explicação para esse efeito peculiar é que o núcleo do ISON é na verdade pobre em elementos voláteis, sobretudo água. Ou ainda que, depois de evaporar uma grande camada de gelo, agora exista uma camada de rocha ou de poeira não volátil que esteja impedindo a evaporação do material por baixo dela.

 

Este comportamento já foi observado antes no cometa Honing, que em 2002 manteve seu brilho constante por 52 dias e após isso se desintegrou sem deixar nenhum rastro observável. Já os prognósticos para o ISON são mais duros.

 

Chegando a passar pela coroa solar, o cometa estará sujeito à temperaturas da ordem de 2.300°C, o suficiente para derreter ferro. Além disso, as forças gravitacionais serão muito intensas, capazes de despedaçar o núcleo facilmente, principalmente se houver muito gelo por debaixo de uma camada rochosa, como propõe Ferrín.

 

Fonte: G1

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