Google condena Ecad e pede fim de cobranças.

[mikhail 99]

Diretor de relações governamentais do Google Brasil diz que cobrar por vídeos embedados do Youtube é indevido

 

((Pra quem não viu, o primeiro capítulo desta "Saga" com contornos Épicos pode ser lida no seguinte link: http://www.webcheats.com.br/forum/noticias/1520350-ecad-cobra-taxa-mensal-de-blogs-que-utilizam-videos-do-youtube.html)))

 

Marcel Leonardi: ‘Esperaramos que o ECAD pare com essa conduta’.

 

SÃO PAULO – O Google Brasil se posicionou oficialmente contra a cobrança de taxas mensais de blogueiros que incorporam (por meio do “embed”) vídeos do Youtube a seus sites. Pelo blog brasileiro do Youtube, o diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google local, Marcel Leonardi, disse que o acordo da empresa com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição “não permite que o Ecad busque coletar pagamentos de usuários do YouTube” e pediu a imediata interrupção das cobranças pela organização.

 

A polêmica em torno do Ecad veio à tona após alguns blogueiros relatarem que haviam recebido cobrança por vídeos embedados em seus blogs, atividade classificada pela entidade como “Webcasting” (que também incluiu os blogs na categoria “Institucional/Promocional”). “O valor para esse enquadramento é de R$ 352,59/mês, equivalente a 7 UDAs (Unidade de Direito Autoral)”, diz o texto do email.

 

Para o órgão, os vídeos embedados se configuram como “retransmissão musical” e, por isso, o pagamento dos direitos autorais seria devido. Mariana Frioli, dona do blog A Leitora, foi uma das vítimas. Ela recebeu a ligação de um estagiário do Ecad por ter postado o trailer do filme “Delírios de Consumo de Becky Bloom”. “Perguntei porque teria que pagar se eu não fiz upload e meu blog é pessoal. O rapaz disse que, de acordo com o Ecad, retransmissão tem que ser paga, independente do Ecad já ter recebido do YouTube”, conta Mariana.

 

O blog de design Caligraffiti também recebeu a notícia pelo Ecad. “Nós não ganhamos dinheiro da internet”, contou Uno de Oliveira, um dos fundadores do site. Ele já acionou o advogado, mas aguardam novos “movimentos do Ecad” para se defenderem.

 

O executivo do Google Brasil afirmou categoricamente que o Ecad “não pode cobrar por vídeos do YouTube inseridos em sites de terceiros”. “Esses sites não hospedam nem transmitem qualquer conteúdo quando associam um vídeo do YouTube em seu site”, argumenta apontando ainda que vídeos embedados não podem ser considerados retransmissão. “Como esses sites não estão executando nenhuma música, o ECAD não pode, dentro da lei, coletar qualquer pagamento sobre eles.”

 

Leonardi entra ainda em uma antiga discussão sobre o conceito de “execução pública na internet”. O Ecad arrecada a partir de mídias que realizam a “execução pública” de obras. No embate, em oposição ao Ecad, a posição é de que a internet não se encaixaria nesse conceito. “Tratar qualquer disponibilidade ou referência a conteúdos online como uma execução pública é uma interpretação equivocada da Lei Brasileira de Direitos Autorais”, opina o diretor do Google Brasil.

 

“Mais alarmante é que essa interpretação pode inibir a criatividade e limitar a inovação, além de ameaçar o valioso princípio da liberdade de expressão na internet”, diz.

 

Por fim, Leonardi diz esperar “que o ECAD pare com essa conduta e retire suas reclamações contra os usuários que inserem vídeos do YouTube em seus sites ou blogs”.

 

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Fonte: Estadão Online - Caderno Link

 

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Dizer que o Ecad vai parar com esta conduta é tolice. Eles não vão parar até que sejam obrigados a tanto, até que contra esta atitude não reste mais nenhuma forma de apelao ou contorno por parte daquela máquina de arrecadação.

 

O Ecad é como os marronzinhos de sampa, vive faminto por dinheiro tanto quanto aqueles vivem por multas. E pior, arrecada e não paga aos autores e músicos de forma que estes achem satisfatória. Contra ele, Ecad, há centenas de queixas de artistas que se sentem lesados nos valores recebidos a título de direitos autorais.

 

Um aspecto em especial me irrita profundamente, é esta "cegueira" inexplicável que a maioria tem em relação assuntos desta natureza. Parece que é mais fácil, ou mais condizente com o pensamento da maioria, mobilizar-se contra o ACTA, que em tese nem representa mais um perigo tão grande assim dado o esvaziamento e as vozes contrárias dentro dos governos Europeus, do que dar atenção a coisas aparentemente pequenas como esta que podem limitar sensivelmente a liberdade na internet.

 

Não estou falando apenas de músicas. Agora o Ecad está cobrando também por filmes e trailers, em breve cobrará por video-aulas e por qualquer outro vídeo indexado. A continuar neste sentido o CTRL+C CTRL+V, também passará a ser cobrado, pois se copia o conteúdo de autoria de alguém, e assim veremos que algo começado pequeno e aparentemente distante de nós ganhará corpo e tamanho de um real obstáculo.

 

Infelizmente é o efeito MANADA, aquele efeito sobre a massa que leva a mioria a pensar de uma só forma, seguindo alguém ou algo, sem ver que na periferia do olhar problemas tão assustadores crescem a revelia.