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Quer ser um jogador profissional de games mas acha que não consegue? Pense de novo!


Shiryu'
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Cada vez mais no Brasil vemos citações em periódicos e sites de notícias falando sobre e-sports e campeonatos de videogames, e muitos jovens se animam e começam a pensar mais seriamente sobre jogos como um meio de vida. Eles querem se tornar jogadores profissionais, mas se sentem inibidos pelas responsabilidades da vida e pela cobrança familiar por estudar, ter uma profissão e ter uma vida sem dificuldades, e acabam desistindo deste sonho "maluco".

 

Obviamente, ter uma vida como jogador de videogame profissional é uma aventura, mas requer muita dedicação e experiência para se ter alguma chance de competir juntamente com os grandes profissionais espalhados pelo mundo inteiro. Há países onde jogadores profissionais vivem muito bem com patrocínio de grandes empresas e representando marcas que sequer imaginamos que fariam uma coisa destas, e o profissional tem todo o tempo disponível para fazer o que mais precisa: trazer medalhas e troféus para casa, além de um gordo cheque no bolso.

 

Isso não acontece no Brasil. Muito raramente uma empresa daqui se interessa em sustentar uma pessoa para que ela jogue videogame oito horas por dia pagando todas as despesas, como hospedagem e viagens internacionais, para participar de campeonatos no outro lado do mundo. As pessoas ainda veem o jogo como algo puramente voltado para o entretenimento e diversão, e não conseguem enxergar o potencial publicitário (e financeiro) que um campeonato de games pode oferecer.

 

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Realmente não temos muitas oportunidades de ver um campeonato grande de jogos eletrônicos acontecendo aqui no Brasil, e a Campus Party é um desses grandes momentos nos quais podemos conhecer pessoas que ocupam suas vidas destruindo bases inimigas, capturando bandeiras, fazendo double/triple kills e distribuindo headshots por aí. Daí a importância dos campeonatos de jogos eletrônicos que rolam no acampamento mais geek da capital paulista, entre os dias 7 e 11 de fevereiro, no pavilhão de eventos da Anhembi! Dentre as diversas competições que acontecerão lá a partir da semana que vem teremos o Intel Extreme Masters, o campeonato que reunirá alguns dos melhores jogadores de "StarCraft II" do mundo para concorrerem a uma vaga no Mundial que acontecerá na Alemanha.

 

Dois destes finalistas são brasileiros, e nós do Portal POP Games conversamos um pouco sobre o que eles esperam encontrar no campeonato.

 

Aderson "Potiguar" Jamier Santos Reis (27) e Renan "Tunico" Gilhelm da Silva (19) estarão representando o Brasil e o seu clã Keyd nos campos de batalha intergalácticos de "StarCraft II" pela valiosa vaga na Alemanha contra jogadores de diversos países, inclusive a grande potência quando se trata de "StarCraft": a Coréia do Sul.

 

O Potiguar, como seu próprio apelido diz, é natural do grande estado do Rio Grande do Norte e é fissurado em jogos de computador desde pequeno. Nunca se interessou muito por videogames e diz que os jogos de computador (e principalmente os jogos de estratégia) são seus favoritos. Joga "StarCraft" desde a sua primeira edição, lançada há mais de dez anos e já participou de pequenos campeonatos menores, nenhum deles tão grandiosos quanto o que ele irá participar na semana que vem.

 

Ele é diplomado em engenharia da computação e está a caminho de obter o seu título de "doutor" no assunto. Trabalha no porto de Natal e quando consegue um tempo de folga pratica as suas habilidades em "StarCraft II". Curiosamente, sua raça favorita no jogo são os Protoss, que são pouco usados pelos grandes campeões da categoria e que geralmente são alvos fáceis contra os Terrans, os grandes ceifadores de campeonatos atualmente.

 

O segundo competidor, Renan, é natural de Jundiaí, interior de São Paulo, e só veio à capital quando era pequeno. Agora irá sozinho para a cidade da garoa desafiar os competidores de várias partes do mundo na Campus Party e, se for vitorioso, poderá levar seus Zergs para lutar na Europa. Conseguir a autorização para participar do torneio foi complicado, como ele explica: "Primeiro eles não acreditaram muito, mas daí eu fui mostrando vídeos e fotos dos campeonatos [de games] e eles acabaram concordando", explica, "mas isso não veio antes de muita briga".

 

Tunico voltou às aulas nesta semana, é estudante de Análise de Sistemas. Passou as férias inteiras treinando com seus colegas de clã para o grande dia na semana que vem. Já participou de torneios de "WarCraft III" e "Counter-Strike" e até chegou a participar da etapa Brasil da WCG (World Cyber Games, o maior dos campeonatos de games), mas não conseguiu se classificar. Agora ele terá mais uma chance de participar de um campeonato maior e representar o país lá fora.

 

Como já dito antes, ser um jogador profissional de games no Brasil não é fácil. Tanto Aderson quanto Renan precisam conciliar o tempo com a família, os estudos e os games, e sobra muito pouco tempo para jogar nesses últimos dias. Normalmente, Aderson treina cerca de quatro horas por dia - isso quando consegue uma folga do trabalho. Renan treina cerca de três, já que voltou a estudar e precisa dedicar parte do tempo nas novas matérias de seu curso. Potiguar lembra que teve uma conversa muito séria com a sua família quando falou que iria participar de um campeonato de jogos pela primeira vez, alguns anos atrás: "eles disseram que eu poderia ir, mas que eu também deveria me dedicar aos estudos e ao trabalho", lembra. Quando conversou pela segunda vez com eles por ocasião da competição da Intel, porém, provou que conquistou a confiança de seus pais: "Agora eles levaram na boa, tranquilo. Não teve nenhum `aperreio`", revelou, entre risadas.

 

Tanto Renan quanto Aderson concordam que o Brasil ainda não está pronto para criar jogadores profissionais de games como os que os EUA e a Coréia trazem para cá, mas ambos têm esperanças da reversão deste quadro. "Aqui no Brasil não dá, fica difícil criar uma estabilidade, tem que levar mais como um hobby para que um dia venha a oportunidade de virar um profissional", revela Renan. "Eu acho que está crescendo muito [os campeonatos de games no Brasil], mas nada comparado com lá fora. Lá eles têm todo um suporte, com alimentação e salário, e ficam treinando o dia inteiro. Aqui no Brasil não tem nada parecido, e acho que não vai ter nos próximos cinco anos".

 

Renan e Aderson são exemplos de jogadores que tem uma rotina muito semelhante à de muitas pessoas que querem ter uma chance de participar de grandes campeonatos de jogos, mas que precisam equilibrar sua vontade de ganhar prêmios com as necessidades da vida cotidiana. Aderson precisa trabalhar e realizar o seu doutorado. Renan tem que estudar e se dedicar à família. Mesmo com todas as dificuldades e a falta de atenção das grandes empresas com este nicho de mercado, eles seguem em frente, e provam que conseguem seguir a vida enquanto podem competir em campeonatos de "gente grande", que é o caso da Intel Extreme Masters.

 

Ao campeonato também virão participantes da Coréia, a grande casa dos jogadores de "StarCraft". Lá, o jogo tem cobertura de campeonatos na televisão e seus jogadores são acompanhados e admirados por legiões de fãs, digno de qualquer grande partida de futebol que acontece por aqui. "Eles são os bichos-papões dos campeonatos", revela Aderson, "realmente diferenciados... mas é a primeira vez que eles vão vir para o Brasil, e a gente pode surpreender". Será que ele tem uma grande estratégia com os Protoss ainda desconhecida por aí?

 

"Vou dar uma tremida na base", respondeu Renan quando perguntado sobre a presença dos coreanos no campeonato. "É o primeiro torneio grande que participarei, então só irei descobrir como é quando estiver por lá".

 

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Renan também dá um conselho para quem quer, um dia, chegar aonde eles estão: "Tem que ter consciência do que está fazendo. Se você gosta mesmo, tem que praticar muito, estudar o jogo, estudar a comunidade, e principalmente fazer muitas perguntas".

 

Então, amigo leitor, se você um dia já teve vontade de participar de um campeonato de games, mas sempre teve receio quanto à aceitação da família e às dificuldades encontradas para obter um patrocínio, a mensagem é essa: não é impossível, mas existem muitas barreiras para serem ultrapassadas e é preciso ter muito preparo para se chegar lá. Como qualquer sonho, pode ser sim realizado, mesmo com todas as dificuldades impostas pela cultura brasileira. Não desista no primeiro passo (ou no primeiro clique)!

 

Fonte

 

pop.com.br/games

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