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Preview - Explosões, pirotecnia e falta de personalidade: é a campanha single player


God Ðeath
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Em um evento da EA que durou o dia todo, tive a oportunidade de, além de jogar os modos multiplayer que já conhecemos, passar por algumas das missões da campanha single player de Battlefield 3 no PC. Já foi dito (e repetido) que ninguém joga Battlefield pela campanha, e isso pode muito bem ser verdade. Mas a extrema fidelidade gráfica e a verossimilhança estranha das imagens que vínhamos vendo até agora despertou minha curiosidade. Poderia a campanha de BF3 se destacar em relação à narrativa cada vez mais Michael Bay-zística do rival Modern Warfare?

 

Na verdade, não. Battlefield 3 quase chega lá, mas sua campanha parece presa entre um realismo empolgante e um caso de "Maria-vai-com-Call-of-Duty". Mas, acima de tudo, seu principal defeito é a falta de personalidade.

 

Em um truque que está ficando cada vez mais comum nas histórias de games recentes, Battlefield 3 traz uma história narrada dentro de outra: devido a eventos que não ficam claros no começo, um soldado norte-americano chamado Black está sendo interrogado pelo departamento antiterrorismo dos EUA sobre algum ataque. Ele relembra os eventos que levam até o dia atual e cada missão funciona como um flashback. Eu vi três missões, sendo que as duas primeiras ("Operation Swordbreaker" e "Uprising") tinham o próprio personagem como protagonista, e a terceira ("Going Hunting") mudava a perspectiva para a de uma operadora de artilharia aérea.

 

Essa estrutura parece familiar? Para mim, pelo menos, parece uma versão muito mais seca da história inter-histórica e malabarística de Call of Duty: Black Ops. Mas em vez de números misteriosos, choques elétricos, teorias da conspiração e interlocutores distorcidos, temos algumas pessoas em uma sala de interrogatório tendo uma conversa séria. É uma questão de gosto pessoal, mas fiquei surpreso de ter gostado mais da maluquice de Black Ops do que da austeridade de Battlefield 3.

 

O primeiro flashback de Black, "Operation Swordbreaker", é aquela fase que a DICE mostrou algumas vezes na série "Fault Line" de trailers. Você começa andando com um comboio pelas ruas do Irã até que surge um tiroteio em um estacionamento. A troca de balas é divertida e funciona bem, apesar de ser bem comum ? os inimigos vinham invadindo o pátio e eu e meus colegas os abatíamos sem problemas.

 

 

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Um atirador de elite logo abriu fogo e segui para o telhado para neutralizá-lo. Trata-se de uma fase-tutorial, então seria injusto criticá-la muito, mas mesmo assim os objetivos são todos absolutamente lineares. Enquanto jogava, eu ia ficando irritado com algo que acontece muito comigo em games com um esquadrão controlado pelo computador: o time pode ser imaculadamente organizado e com roteiro certo, mas parece nunca saber direito para onde ir. Eu sempre acabava indo parar à frente de onde eu "deveria" estar e me sentia como aquele cara que aparece para uma filmagem sem ter estudado o roteiro.

 

Eu digo isso porque sem um "operador de câmera" perfeitamente bem controlado, a missão Operation Sowrdbreaker parece bem menos dramática do que aqueles trailers davam a entender. As imagens eram belíssimas mas, comigo no controle, tudo parecia muito mais um shooter militar padrão do que uma experiência "Meu Deus, como é incrível!".

 

Depois de rastejar por um telhado para explodir o esconderijo dos snipers e passar algum tempo cobrindo alguns companheiros na rua, a equipe de Black e eu voltamos para a rua para desarmar um carro-bomba. Meus companheiros ficam gritando, sem parar, "Isso não tá bom! Isso não tá com uma cara boa!", mas tudo que eu via era um grupo de civis aleatórios parados ali, sem nenhum inimigo à vista. É, o jogo tem civis, mas não pense que a DICE os incluiu para servir algum propósito. Eles são objetos de fundo intocáveis e as balas passam direto por eles.

 

Eu então fui para o subsolo desligar os fios que se conectavam à van explosiva e fui atacado por um terrorista, o que me levou a uma luta em "quick time event" que me torrou a paciência. Eu não sou totalmente contra esses QTE contextuais mas, meu Deus, eles são ruins demais no PC ? tem algo com tecla "E" piscando na tela, e depois uma imagem do botão esquerdo do mouse? que torna essa mecânica ainda mais cansativa do que já era nos consoles.

 

A fase continuou com um grande tiroteio na rua e uma breve passagem por uma picape com uma metralhadora montada ? breve, porque foi interrompida por um terremoto gigantesco. Eventos como esse são animações que têm hora certa para acontecer e tiram totalmente o controle do jogador ? sair voando por causa de uma explosão, cair da caçamba de um carro etc. Elas são bem feitas, mas as transições não são tão suaves quanto poderiam ser ? pode parecer chatice, mas é algo que incomoda. Era comum alcançar um evento desses na hora errada e ter que esperar um segundo, ou algo assim, antes que algo acontecesse de verdade. Comparadas às sequências bem orquestradas de Uncharted 2, Crysis 2 e Dead Space 2, as animações de Battlefield 3 pareciam lentas e desarticuladas.

 

Depois do terremoto voltamos para o presente, e Black continuava a contar a história do que aconteceu lá no Irã. Seus superiores continuavam céticos. Eu continuava perdendo o interesse.

 

Até esse momento o jogo já havia travado algumas vezes: ele chegava à animação de abertura e congelava, forçando um "restart". Eu estava jogando uma versão feita com exclusividade para o evento mas, dada a frequência desses problemas, fico preocupado com a possibilidade de alguns deles chegarem inteiros ao jogo final.

 

A história de Black continuou depois do terremoto. Enquanto estava caído e desorientado, ele viu, com dificuldade, um russo do mal fazendo malvadezas com outro soldado. Novamente, por mais que eu tente evitar as comparações com Modern Warfare, tudo parecia muito similar. O que se seguiu foi uma missão solo furtiva: o herói se esgueirava pelo escuro, esfaqueava soldados inimigos perfeitamente posicionados e entrava em alguns tiroteios em corredores. Depois de passar por vários prédios eu me encontrei com Montes, um dos companheiros de Black e claramente o personagem com mais personalidade.

 

Juntos, passamos por mais alguns edifícios e protegemos um ponto de aterrissagem para deixarmos o local. Outra missão linda e com mecânica boa, mas também com aquela sensação de "eu já estive aqui antes".

 

A última missão que joguei, "Going Hunting", parecia mais promissora principalmente porque se tratava de uma operação aérea. A persepctiva mudou, de Black para a operadora de artilharia aérea, apesar de não ter ficado claro qual seria o papel dela história. Minha missão (acho) era sobrevoar uma cidade e explodir? uns caras. Ou talvez fosse só um cara. Os detalhes não ficaram claros. Mas nós íamos voar em um avião, o que já era legal o bastante.

 

 

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A preparação para a missão propriamente dita foi bacana e com um ritmo bom, indo das entranhas de um porta-aviões até o deque enquanto meu piloto falava sobre seu objetivo e subia até o cockpit e passando pelo teste de armas (um jeito inteligente e imersivo de apresentar um tutorial sobre os controles do avião).

 

Depois da decolagem, tudo continou lindo. O sol refletido no avião de um dos companheiros, as nuvens e o céu eram bem fotorrealistas. Mas assim que apareceram os primeiros aviões inimigos para, tudo ficou chato de novo. Como o atirador, eu tinha acesso a mísseis e à metralhadora, assim como ao lançador de sinalizadores. Isso significa que a missão toda se resumiu a passear com o mouse pela tela, indo atrás de MiGs e clicando de vez em quando.

 

Quando passamos para a parte de bombardeios, tudo continuou do mesmo jeito, meio burorático. Usei mísseis para explodir baterias antiaéreas, depois troquei para a visão térmica branca para explodir alguns aviões e tropas. Mais uma vez, praticamente igual à missão com o AC-130 de Modern Warfare, mas sem o mesmo impacto por causa do mouse e do teclado.

 

(O que me traz a algo que só vai preocupar a algumas pessoas: a versão para PC de Battlefield 3 não terá suporte a joysticks, pelo menos no lançamento, segundo a DICE afirmou no evento. Quando jogo o multiplayer de Battlefield, prefiro a precisão de um mouse e de um teclado. Mas no single player gosto de relaxar com um controle, e eu estava esperando poder rodar a versão para computador na minha TV. O visual incrível do jogo é menos impressionante em um monitor pequeno mas, sem o controle, vou ter que jogar no meu desktop. Um dos representantes da DICE disse que a equipe estava considerando a possibilidade de incluir esse suporte posteriormente, já que é um pedido bastante comum. Mas sem botões dedicados para deitar ou outros comandos complicados).

 

Quando falei com o produtor executivo de BF3, Patrick Bach, eu perguntei sobre como a DICE vinha produzindo o trecho single player do jogo. "Para ser sincero", ele me disse, "o single player de Battlefield 3 é, em grande parte, um tutorial para o multiplayer".

 

 

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"Não é uma missão de treino", ele fez questão de esclarecer, "não é uma galeria de tiro ? é uma montanha russa de emoções que mostra tudo o que o jogo tem a oferecer. É uma excelente introdução ao multiplayer. Porque quando você entra no multiplayer pela primeira vez, as coisas são muito secas. É muito 'Estou aqui com minha arma. O que eu faço?'. Enquanto isso, o single player é mais amigável".

 

Eu tive a sensação de que, como Bach disse, a campanha de Battlefield 3 é mesmo um tutorial para o multiplayer. E para muitos jogadores isso não é um problema ? menos pessoas vão comprar o jogo pela campanha do que pelo multiplayer. Mas ainda assim, a história parece presa em uma zona de falta de personalidade. O que é uma surpresa, já que eu gostei do espírito amistoso de Bad Company 2, o projeto anterior da DICE.

 

Desde que surgiram aqueles primeiros vídeos excelentes com a campanha de BF3, eu fiquei ansioso para ver a história em ação. Mas agora que joguei um pouco, acho que vou direto para o multiplayer.

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